Resumo
A 1ª Conferência Nacional sobre o Financiamento Climático decorre hoje e amanhã em Maputo, com foco na Estratégia Nacional de Financiamento Climático 2025–2034, acesso a fundos internacionais, mercados de carbono, financiamento para desastres naturais e financiamento verde. O evento reúne representantes do Governo, setor privado, sociedade civil, academia e parceiros de cooperação para discutir mecanismos financeiros inovadores e estratégias de adaptação climática. O Ministro da Planificação e Desenvolvimento destacou a importância do diálogo estratégico para mobilizar recursos climáticos e transformar desafios em oportunidades de desenvolvimento, visando a resiliência climática até 2030. Moçambique necessita de 37,2 mil milhões de dólares para atingir essa resiliência, evitando que mais de 1,6 milhões de moçambicanos caiam na pobreza até 2050 devido aos impactos climáticos.
Acontece hoje e amanhã (15 e 16) nas Torres Rani, no recinto do Hotel Radisson Blu, em Maputo, a 1ª Conferência Nacional sobre o Financiamento Climático, sob o lema “Transformando os desafios climáticos em oportunidades de desenvolvimento”.O evento vai abordar nestes dois dias, temas centrais com o destaque para a Estratégia Nacional de Financiamento Climático 2025–2034 (ENFC), aprovada recentemente pelo Governo, o acesso aos fundos climáticos internacionais, os mercados de carbono, as trocas de dívida por clima, o papel do sistema financeiro na promoção das finanças verdes e os mecanismos de financiamento para desastres naturais.
A conferência conta com a participação de representantes do Governo, do sector privado, da sociedade civil, da academia e de parceiros de cooperação, e constitui um espaço de reflexão e partilha de experiências sobre mecanismos financeiros inovadores, instrumentos de mitigação de riscos e estratégias de adaptação climática.
Na sessão de abertura do evento, o Ministro da Planificação e Desenvolvimento, afirmou que a Conferência representa uma oportunidade especial para promover o diálogo estratégico, estimular a troca de experiências e a identificação de oportunidades concretas de mobilização de recursos climáticos, visando transformar os desafios climáticos em oportunidades de desenvolvimento, através de compromissos em acções concretas com impacto directo nas comunidades e sectores mais vulneráveis, de modo a melhorar a vida das populações, garantindo a resiliência para as próximas gerações.
O desafio que temos diante de nós é imenso, para atingir a resiliência climática do capital humano, físico e natural plena até 2030 (Segundo as estimativas do Banco Mundial), Moçambique precisa de mobilizar 37,2 mil milhões de dólares. Se não o fizermos, mais de 1,6 milhões de moçambicanos poderão ser empurrados para a pobreza até 2050 devido aos impactos combinados de choques climáticos e degradação ambiental. Estes números não são apenas estatísticas – são vidas, são famílias, são o futuro das nossas crianças, adolescentes e jovens, anotou Salim Valá
Para o Ministro Valá, o mercado de carbono, por exemplo, já começa a posicionar Moçambique como líder regional, fruto da parceria com a Africa Carbon Markets Initiative (ACMI), que prepara o lançamento de um Plano Nacional de Activação do Mercado de Carbono.
Da mesma forma, a recente troca de dívida com a Bélgica, que converteu 2,4 milhões de euros em investimento climático, é um exemplo tangível de como a diplomacia económica pode gerar impactos ambientais e sociais positivos. Outrossim, estamos cientes de que através de esforços conjugados entre o Governo, Sociedade Civil, Sector Privado, Parceiros de Cooperação e Academia, podemos incrementar os recursos mobilizados para as mudanças climáticas, construir a resiliência e reduzir deste modo a dimensão de perdas e danos, criando deste modo as bases para um futuro sustentável, garantiu o dirigente, acrescentado que o financiamento climático representa um pilar estratégico do desenvolvimento nacional, promovendo sinergias entre crescimento económico, sustentabilidade ambiental e inclusão social.
Por seu turno, a Embaixadora, do Reino da Bélgica em Moçambique, Delhine Perremans, saudou o Governo de Moçambique pela aprovação da Estratégia Nacional de Financiamento Climático 2025–2034, que promove uma economia de baixo carbono e resiliente as mudanças climáticas. Este documento, representa um marco fundamental na luta contra as mudanças climáticas em Moçambique e expressa o compromisso do País em desempenhar um papel pioneiro no domínio do financiamento climático em africa. A Bélgica está do lado de Moçambique como parceira e só juntos poderemos enfrentar as mudanças climáticas, garantiu a diplomata.
Na sua intervenção, o Alto Comissário Adjunto do Reino Unido em Moçambique, Dominic Ashton, garantiu o apoio do seu país no alcance das metas traçadas na ENFC 2025–2034. O Reino Unido está comprometido com a parceria diplomática com o Governo de Moçambique, nesta área de financiamento climático, bem como em outros sectores.
Fonte: MEF