Resumo
A ONU pediu moderação na Guiné-Bissau após oficiais militares anunciarem o "controle total" do país, suspendendo atividades da imprensa, processo eleitoral e fronteiras. As declarações surgiram antes dos resultados das eleições presidenciais entre Sissoco Embaló e Fernando Dias da Costa. O porta-voz da ONU expressou grande preocupação e apelou à contenção e respeito pela lei. Tiros foram ouvidos na cidade e estradas ocupadas por militares após as eleições. Ambos os candidatos reivindicaram vitória. O Exército justificou a deposição do presidente Embaló e a suspensão das instituições estatais como temporárias, até esclarecimento da situação. Embaló afirmou estar detido por homens uniformizados que invadiram o palácio presidencial. A ONU continuará a monitorizar a situação de perto.
Em comunicado, membros das forças armadas declararam suspender de imediato a atividade dos setores de imprensa, o processo eleitoral e as fronteiras terrestres, marítimas e aéreas nacionais.
Grande preocupação
As declarações feitas na imprensa local aconteceram às vésperas da divulgação dos resultados das eleições presidenciais em que participaram o incumbente Sissoco Embaló e o candidato Fernando Dias da Costa.
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse a jornalistas, em Nova Iorque, que o chefe da ONU está seguindo a situação com grande preocupação.
Ele disse que o apelo do secretário-geral a todos as partes nacionais envolvidas na Guiné-Bissau é que exerçam contenção e respeitem a lei. O líder das Nações Unidas disse que continuará acompanhando de perto a evolução da situação.
Suspensão de todas as instituições do Estado
Pela manhã, agências de notícias informaram que tiros foram ouvidos no centro da cidade e várias estradas principais foram tomadas por militares três dias após as eleições presidenciais e legislativas. Ambas os principais candidatos reivindicaram a vitória no pleito.
De acordo com o Exército, a deposição do presidente Umaro Sissoco Embaló e a suspensão de todas as instituições estatais seria “até segunda ordem”, até que se esclareça a situação antes de retornar à ordem constitucional.
O presidente cessante teria declarado à imprensa da região que estaria preso por homens uniformizados que invadiram o palácio presidencial enquanto ele estava em seu gabinete.
Fonte: ONU






