Resumo
A OPEP+ deverá aprovar um aumento modesto de 137 mil barris por dia nas metas de produção para Dezembro, refletindo prudência devido ao risco de excesso de oferta em 2026. O grupo liderado pela Arábia Saudita e Rússia tem aumentado a produção desde abril, mas agora adota uma abordagem cautelosa devido à incerteza na procura global. As novas sanções contra a Rússia complicam as discussões, e os preços do petróleo, após uma queda para mínimos de cinco meses, recuperaram para cerca de US$ 65 por barril. Analistas esperam que a OPEP+ mantenha uma estratégia preventiva de gestão da oferta na reunião virtual decisiva marcada para domingo, procurando evitar choques de preços.
A OPEP+ deverá aprovar, neste domingo, um modesto aumento de 137 mil barris por dia (bpd) nas metas de produção para o mês de Dezembro, segundo fontes próximas das negociações. A decisão sinaliza uma abordagem cautelosa do cartel e dos seus aliados, num contexto de incerteza sobre a procura global e de previsões de excesso de oferta para o próximo ano.
Ajuste Moderado Após Expansão Acima de 2,7 Milhões de Barris por Dia
Desde Abril, o grupo liderado pela Arábia Saudita e pela Rússia aumentou as metas de produção em mais de 2,7 milhões de barris diários, o equivalente a cerca de 2,5% da oferta mundial. Contudo, as subidas mensais foram sendo gradualmente reduzidas, passando em Outubro e Novembro para apenas 137 mil bpd, após meses de incrementos mais expressivos.
De acordo com fontes internas, os oito principais países produtores da coligação — Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Kuwait, Omã, Cazaquistão e Argélia — estão alinhados para manter esse ritmo reduzido de expansão em Dezembro, reflectindo o equilíbrio delicado entre o apoio aos preços e a preservação da quota de mercado.
Um dos participantes referiu, contudo, que uma pausa temporária nas subidas também está em análise, caso os dados de mercado confirmem um enfraquecimento da procura no último trimestre.
Impacto das Sanções e Incerteza Geopolítica
As novas sanções ocidentais contra a Rússia, membro da OPEP+, estão a complicar as discussões internas, já que Moscovo poderá enfrentar dificuldades em aumentar a sua produção.
Fontes consultadas indicam que o Vice-Primeiro-Ministro russo, Alexander Novak, tem reiterado a disposição de manter o compromisso com o grupo, embora o impacto das restrições às exportações e à tecnologia petrolífera ainda seja incerto.
A Secretaria da OPEP, bem como os gabinetes de comunicação da Arábia Saudita e da Rússia, não responderam de imediato aos pedidos de comentário sobre o formato final da decisão.
Evolução dos Preços e Sentimento do Mercado
Os preços do petróleo registaram uma queda acentuada para mínimos de cinco meses — cerca de US$ 60 por barril — a 20 de Outubro, devido a receios de excesso de oferta. Entretanto, recuperaram para a casa dos US$ 65, sustentados pelas sanções à Rússia e por sinais de otimismo nas negociações comerciais globais.
“A Arábia Saudita e os seus parceiros não vão aumentar a produção de forma significativa enquanto não houver evidência clara de ruptura na oferta”, explicou Helima Croft, analista do RBC Capital Markets, numa nota recente.
As consultoras Rystad Energy, Commerzbank e SEB partilham a mesma previsão de um aumento de 137 mil barris diários, reforçando a expectativa de um ajuste técnico e não estrutural.
Reunião Virtual Decisiva
A reunião virtual da OPEP+ está marcada para domingo, às 14h00 GMT, e reunirá oito países-chave da coligação para decidir o rumo da política de produção até ao final do ano.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Analistas consideram que, com os preços ainda fragilizados e a perspectiva de menor crescimento económico global em 2026, o grupo deverá manter a estratégia de gestão gradual e preventiva da oferta, procurando evitar um novo choque de preços.
Fonte: O Económico






