Resumo
O World Oil Outlook 2025 da OPEP defende uma abordagem "all-energies", alertando contra metas irrealistas de eliminação de combustíveis fósseis. Preveem uma procura crescente até 2050, com África e Índia em destaque. A organização destaca que a transição energética não está a reduzir a procura de petróleo e que a economia global continuará dependente de combustíveis fósseis. O documento enfatiza a importância do pragmatismo energético sobre narrativas políticas desalinhadas da realidade. Setores como aviação, navegação e agricultura continuam fortemente dependentes de derivados do petróleo. A OPEP sublinha que a transição energética deve ser realista e gradual, orientada pela estabilidade. A procura de energia deverá aumentar 23% até 2050, com África e Índia a liderar a expansão.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Forward e Sumário Executivo do World Oil Outlook 2025 defendem uma abordagem “all-energies”, avisam contra metas irrealistas de eliminação de combustíveis fósseis e antecipam uma procura crescente até 2050 — com África e Índia no centro da expansão mundial.
A OPEP enviou uma mensagem inequívoca ao mundo: a transição energética não está a reduzir a procura de petróleo e a economia global continuará dependente de combustíveis fósseis durante as próximas décadas. No World Oil Outlook 2025, a organização afirma que o pragmatismo energético deverá prevalecer sobre narrativas políticas “desalinhadas da realidade física e económica” — num documento que reabre, com força renovada, o debate sobre segurança energética, metas climáticas e o ritmo da industrialização global.
Um “All-Energies Approach” Num Mundo Que Ainda Consome Mais Fósseis do Que Nunca
O Forward enfatiza que o mundo não está a reduzir o consumo de combustíveis fósseis, mas a ampliá-lo. A OPEP alerta que qualquer tentativa de eliminar petróleo e gás do sistema energético mundial ignora necessidades críticas de segurança, acessibilidade e viabilidade económica. O documento reforça que sectores como aviação, navegação, construção, agricultura, petroquímica e grandes cadeias logísticas continuam fortemente dependentes de derivados do petróleo, não havendo substitutos operacionais à escala necessária. Na visão da organização, a transição energética deve ser realista, gradual e orientada pela estabilidade e não pelo desejo político.
Procura de Energia Avança 23% Até 2050, Com África e Índia No Centro da Expansão
O Sumário Executivo sublinha que a procura global de energia crescerá de forma expressiva até 2050, impulsionada pelo aumento populacional, urbanização acelerada e expansão económica de grande magnitude. Quase todo este crescimento ocorre no mundo em desenvolvimento, sobretudo em África, Índia e na Ásia emergente, regiões onde a industrialização exige fontes abundantes e acessíveis de energia. O relatório defende que ignorar estas dinâmicas conduziria a previsões irrealistas e a políticas impraticáveis.
Petróleo Sem Pico de Procura: Crescimento Até 2050 e Uma Realidade Industriais Irrefutável
A OPEP rejeita categoricamente a ideia de que a procura mundial atingirá um pico nas próximas décadas. Pelo contrário, estima que o consumo global atinja perto de 123 milhões de barris por dia em 2050, reflectindo o peso crescente da petroquímica, o aumento das viagens aéreas e o crescimento das frotas de transporte de carga. O documento sustenta que nenhum cenário credível de industrialização no Sul global é viável sem petróleo, pelo menos até meados do século.
Frota Global de Veículos Quase Duplica: Transição Eléctrica Avança, Mas Não Substitui Combustão
O Outlook prevê que a frota mundial aumente de 1,7 mil milhões para 2,9 mil milhões de veículos até 2050. Embora o número de veículos eléctricos cresça, a OPEP aponta que cerca de 72% da frota continuará a utilizar combustíveis líquidos. Esta tendência demonstra que o ritmo de substituição tecnológica não acompanha a escala do crescimento económico e demográfico mundial.
Sector Precisa de USD 18,2 Biliões Para Evitar Riscos de Abastecimento Global
A análise da OPEP é contundente: o sistema energético global dependerá de investimentos volumosos para evitar rupturas e instabilidade. O sector petrolífero precisará de USD 18,2 biliões até 2050, dos quais USD 14,9 biliões somente no upstream. Caso estes investimentos não ocorram, o risco de desequilíbrios na oferta aumentará de forma significativa, com impactos directos nos preços e na segurança energética global. A Organização critica políticas que desencorajam financiamento em petróleo e gás, afirmando que tais medidas aumentam o risco de crises energéticas graves.
Refinação e Capacidade Industrial: Um Risco Crescente Para o Equilíbrio Global
O documento destaca a urgência de expandir a capacidade de refinação para evitar estrangulamentos no mercado. A OPEP estima que o mundo necessitará de 19,5 milhões de barris por dia de capacidade adicional até 2050, concentrada sobretudo na Ásia-Pacífico, África e Médio Oriente. A insuficiência de refinação é identificada como um dos maiores riscos sistémicos das próximas décadas.
Comércio Internacional Em Expansão: Petróleo Continua a Circular em Escala Global
O comércio internacional de petróleo aumenta de 55 para 67,5 milhões de barris por dia até 2050. A crescente distância entre centros de produção e consumo intensifica desafios logísticos, incluindo custos de transporte, gestão de rotas marítimas e riscos geopolíticos associados a corredores energéticos estratégicos.
Transição Recalibrada: Políticas Energéticas Regresso ao Princípio da Realidade
O Sumário Executivo descreve um realinhamento das políticas energéticas nas principais economias mundiais. Os EUA ajustam metas climáticas por razões económicas; a Europa revê políticas de descarbonização diante de pressões industriais e sociais; e países emergentes priorizam industrialização, emprego e segurança energética. A OPEP interpreta este movimento como uma “reaproximação ao realismo energético”.
O Outlook 2025 deixa claro que as próximas décadas serão marcadas por um equilíbrio complexo entre transição energética, segurança de abastecimento e desenvolvimento económico. A OPEP avisa que subestimar a persistência estrutural do petróleo pode tornar o sistema energético global mais vulnerável e menos capaz de responder ao crescimento das economias emergentes.
Fonte: O Económico





