Os jovens como protagonistas do desenvolvimento

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Por: Gelva Aníbal

Vivemos um momento de profundas transformações, em que os desafios sociais, económicos e ambientais exigem soluções inovadoras e lideranças renovadas. Nesse cenário, a juventude desponta como um agente indispensável na construção de um país mais justo e sustentável. Porém, mesmo ocupando o epicentro das revoluções culturais e tecnológicas, os jovens continuam a encontrar poucas portas abertas para participar das decisões que vão definir o nosso futuro.

A juventude carrega em si o espírito da inovação. São esses jovens que estão por trás de grande parte das transformações no mundo digital. Ainda assim, são frequentemente subestimados ,vistos apenas como o “amanhã” e não como agentes activos do presente

Essa visão restrita compromete a exploração de um potencial transformador, vital para o desenvolvimento do país. Um dos pilares para empoderar a juventude é a educação — mas não qualquer educação: é preciso um ensino que forme cidadãos críticos, independentes, engajados socialmente e com espírito empreendedor. Infelizmente, o sistema educativo moçambicano ainda está distante desse ideal. Muitas escolas mantêm práticas arcaicas, que sufocam o pensamento criativo e a capacidade de “pensar fora da caixa”. Esse modelo alimenta o desinteresse e acaba por excluir milhares de jovens justamente na fase mais decisiva de sua formação.

Além de reinventar a educação, é urgente ampliar os espaços de participação política e social para os jovens. Apesar de constituírem uma fatia expressiva da população, ainda são minoria em parlamentos, conselhos e órgãos públicos. Motivados por ideias criativas e soluções inovadoras, esbarram numa cultura institucional que os silencia e numa estrutura que falha em integrá-los.

Criar políticas públicas voltadas ao engajamento juvenil, valorizando suas iniciativas e propostas, é uma medida estratégica, para a inclusão dos jovens e desenvolvimento do país.

O mercado de trabalho também é um campo onde os jovens encontram barreiras. A taxa de desemprego entre essa faixa etária continua elevada, e enquanto isso, faltam incentivos ao empreendedorismo jovem. Apoiar esses empreendimentos é investir em soluções que partem de quem vive directamente os problemas e, por isso, muitas vezes tem as respostas mais eficazes.

O desenvolvimento sustentável, inclusivo e inovador depende directamente da força, da criatividade e do engajamento da juventude. É tempo de parar de falar sobre os jovens e começar a construir com eles de modo a deixarem de ser vistos como plateia e tornarem-se, assim, agentes da mudança.

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