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O preço do ouro subiu, esta terça-feira, 22 de Julho, para o nível mais elevado em mais de um mês, impulsionado pela fraqueza do dólar norte-americano e pela queda dos rendimentos das obrigações do Tesouro dos EUA. Os investidores mantêm-se atentos às negociações comerciais e às decisões de política monetária que poderão moldar o mercado nas próximas semanas.
O ouro à vista manteve-se praticamente estável nos 3.389,98 dólares por onça (às 05h03 GMT), depois de ter atingido, mais cedo na sessão, o seu valor mais alto desde 17 de Junho. Já os futuros de ouro nos Estados Unidos permaneceram firmes nos 3.402,90 dólares por onça.
Segundo Kelvin Wong, analista sénior da OANDA, o movimento ascendente do ouro tem sido sustentado por sinais técnicos positivos e, sobretudo, por uma fraqueza generalizada do dólar, que torna o ouro mais barato para investidores que transaccionam noutras moedas.
O índice do dólar norte-americano (.DXY) rondava mínimos de mais de uma semana face às principais divisas concorrentes, enquanto os juros das obrigações do Tesouro a 10 anos também recuaram, atingindo o seu nível mais baixo desde a semana anterior.
Incerteza Comercial Impulsiona Procura Por Refúgios
As tensões comerciais persistem como factor de risco. Segundo diplomatas europeus, a União Europeia está a explorar um conjunto mais amplo de possíveis medidas de retaliação contra os Estados Unidos, à medida que diminuem as esperanças de um acordo comercial antes do prazo de 1 de Agosto.
O Presidente norte-americano Donald Trump ameaçou impor tarifas de 30% sobre importações europeias, caso não haja acordo até à data estipulada.
“Existe a possibilidade de que os EUA e os seus parceiros comerciais não cheguem a consenso, o que pode alimentar a incerteza e levar os investidores a recorrer ao ouro como cobertura”, advertiu Wong.
Expectativas De Política Monetária Também Sustentam o Metal
O mercado está também de olhos postos no Banco Central Europeu (BCE), que deverá manter as taxas de juro nos 2,0% na reunião de 24 de Julho, após uma série de cortes anteriores.
Nos Estados Unidos, a Reserva Federal (Fed) reúne na semana seguinte e os mercados já atribuem cerca de 59% de probabilidade de um corte nas taxas em Setembro, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
Num ambiente de taxas de juro mais baixas, o ouro tende a beneficiar, dado que os custos de oportunidade de manter activos não remunerados, como o metal precioso, se reduzem.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A valorização recente do ouro reflete um cocktail de factores: fraqueza cambial do dólar, incerteza geopolítica, expectativa de manutenção de taxas baixas e fuga para activos de segurança. Com o calendário carregado de decisões económicas e ameaças comerciais, o ouro consolida-se como um barómetro da tensão — e como um dos poucos refúgios em tempos de volatilidade.
Fonte: O Económico