Ouro atinge recorde histórico impulsionado por tensões comerciais e política monetária dos EUA

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O ouro atingiu um novo recorde histórico nesta sexta-feira, impulsionado pelas crescentes tensões comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia, bem como pela expectativa de um possível afrouxamento da política monetária da Reserva Federal (Fed).

Durante a sessão asiática, o ouro à vista chegou a 2.993,80 dólares por onça, o valor mais alto já registado. Apesar de uma leve correcção, o metal permanecia cotado em 2.984,29 dólares por onça às 05h22 GMT, acumulando uma valorização de 2,5% na semana.

O contrato futuro do ouro nos EUA também subiu 0,2%, sendo negociado a 2.997,90 dólares.

Ouro como refúgio diante da incerteza comercial

A escalada da guerra comercial entre Washington e Bruxelas tem levado investidores a buscar activos seguros, como o ouro. O último episódio de tensão ocorreu quando a União Europeia impôs uma tarifa de 50% sobre as exportações de whiskey americano, em resposta aos tarifários generalizados dos EUA sobre aço e alumínio.

O Presidente Donald Trump, por sua vez, reagiu ameaçando impor tarifas de 200% sobre vinhos e bebidas alcoólicas europeias, ampliando o clima de instabilidade nos mercados.

“O posicionamento de aversão ao risco reflecte a percepção dos investidores de que as tensões comerciais vão piorar antes de melhorar, levando o ouro a ser novamente usado como uma protecção contra a volatilidade dos portfólios”, explicou Yeap Jun Rong, estrategista da IG Markets.

Com este cenário de crescente incerteza e a falta de alternativas seguras para os investidores, o psicológico patamar dos 3.000 dólares por onça está cada vez mais próximo, disse Rong.

Política monetária dos EUA pode impulsionar ainda mais o ouro

Além das tensões comerciais, o ouro tem sido beneficiado pelas expectativas sobre a política monetária da Reserva Federal. Os investidores aguardam a próxima reunião do Fed, agendada para quarta-feira, onde o banco central americano deverá manter a taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50%.

Se o Fed indicar uma postura mais acomodatícia e sinalizar cortes nos juros nos próximos meses, o ouro poderá registar novos recordes, uma vez que taxas mais baixas reduzem o custo de oportunidade de manter activos não rentáveis, como o ouro.

“As tarifas de Trump estão a alimentar a inflação e a incerteza económica, o que tem levado o ouro a estabelecer vários recordes em 2025”, explicou um analista do Citigroup.

Perspectivas para o ouro: novos máximos à vista?

Historicamente visto como um activo de protecção contra riscos políticos e inflação, o ouro poderá continuar em trajectória ascendente, especialmente se:

Apesar de algumas correcções técnicas no curto prazo, analistas apontam que o ouro tem potencial para ultrapassar a marca histórica dos 3.000 dólares por onça no segundo trimestre de 2025.

O cenário global de incerteza tem consolidado o ouro como o principal activo de refúgio para investidores. Com a intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia e a expectativa de possíveis cortes nas taxas de juro pelo Fed, o metal precioso mantém uma trajectória de valorização sem precedentes.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Se a tendência persistir, a barreira dos 3.000 dólares por onça poderá ser ultrapassada nas próximas semanas, reforçando o estatuto do ouro como a principal protecção contra choques económicos e geopolíticos em 2025.

Fonte: O Económico

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