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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Investidores mantêm cautela antes da divulgação do índice de preços ao consumidor, enquanto o metal precioso consolida ganhos após rali histórico
O preço do ouro registou uma ligeira correcção na quinta-feira, recuando 0,2%, para 4.084,29 dólares por onça, pressionado pela valorização do dólar norte-americano, enquanto os investidores aguardam a divulgação dos dados de inflação dos Estados Unidos, que deverão orientar as próximas decisões de política monetária da Reserva Federal (Fed).
Mercado Ajusta Expectativas Antes Do Relatório De Inflação
O Índice do Dólar (DXY) subiu 0,2% face às principais divisas, tornando o ouro mais caro para detentores de outras moedas e limitando o apetite por novos posicionamentos.
Os investidores aguardam com expectativa o relatório do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), adiado devido à paralisação parcial do Governo dos EUA, que deverá indicar inflação subjacente de 3,1% em Setembro.
As projecções apontam para que a Fed reduza as taxas de juro em 25 pontos-base na reunião da próxima semana, movimento já praticamente absorvido pelos mercados.
Taxas de juro mais baixas tendem a favorecer o ouro, ao diminuírem o custo de oportunidade de manter activos sem rendimento, como o metal precioso.
Correcção Técnica Após Um Rali Historial
De acordo com Brian Lan, director da GoldSilver Central, o recuo recente “é uma correcção normal após o rali observado nas últimas semanas”.
O analista prevê que o mercado entre numa fase de consolidação, mantendo-se a tendência positiva no médio prazo.
“No curto prazo, os investidores devem ser cautelosos, pois a volatilidade permanece elevada, mas o sentimento de longo prazo continua optimista”, observou Lan.
O ouro acumula ganhos de cerca de 56% desde o início do ano, impulsionado pelas incertezas geopolíticas, pela procura dos bancos centrais e pelas apostas de cortes nas taxas de juro. O metal atingiu um novo recorde histórico de 4.381,21 dólares por onça na segunda-feira.
Tensões Geopolíticas Continuam a Sustentar o Mercado
O Presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou esperar alcançar um acordo comercial com o homólogo chinês Xi Jinping e que pretende discutir as compras chinesas de petróleo russo durante a próxima reunião na Coreia do Sul.
Entretanto, a Administração norte-americana analisa novas restrições às exportações de produtos com software para a China, numa resposta às limitações impostas por Pequim às exportações de terras-raras.
Washington anunciou ainda sanções contra as petrolíferas russas Rosneft e Lukoil, num movimento que reforça as tensões no comércio global de energia.
Outros Metais Também Recuaram
No mesmo dia, a prata caiu 0,2%, para 48,43 dólares por onça; a platina desvalorizou 0,6%, para 1.612,90 dólares; e o paládio perdeu 1,1%, fixando-se em 1.442,70 dólares por onça.
Os analistas apontam para uma pausa técnica generalizada nos metais preciosos, após fortes ganhos acumulados nas últimas semanas, com os mercados em compasso de espera pelas indicações macroeconómicas norte-americanas.
Apesar do ligeiro recuo, o sentimento de longo prazo em torno do ouro continua altamente favorável, sustentado pela incerteza geopolítica e pela expectativa de cortes nas taxas de juro nos EUA.
Para os analistas, os próximos dias serão cruciais para determinar se o mercado entrará numa fase de consolidação ou se retomará a trajectória de valorização que vem marcando o ano.
Fonte: O Económico