Ouro ultrapassa os 3.100 dólares impulsionado por tarifas e incerteza económica

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O preço do ouro ultrapassou, esta segunda-feira, os 3.100 dólares por onça pela primeira vez na história, impulsionado pela crescente procura por activos de refúgio. O movimento deve-se à combinação de receios quanto ao impacto económico das tarifas comerciais dos EUA, incertezas geopolíticas e preocupações inflacionárias.

O ouro à vista atingiu um recorde histórico de 3.106,50 dólares por onça, consolidando uma valorização superior a 18% desde o início do ano. A tendência ascendente foi reforçada pela quebra do patamar psicológico dos 3.000 dólares, alcançado no início de Março, facto que espelha as crescentes inquietações em torno da estabilidade económica global.

De acordo com analistas do banco OCBC, “a atracção do ouro como activo de refúgio e cobertura contra a inflação fortaleceu-se ainda mais face à incerteza geopolítica e comercial. Mantemos uma visão construtiva quanto à sua trajectória”.

As instituições financeiras estão a rever em alta as suas previsões:  

– Goldman Sachs aponta para um preço de 3.300 dólares/onça até ao final do ano,  

– Bank of America estima 3.063 dólares em 2025 e 3.350 dólares em 2026,  

valores bastante superiores às anteriores previsões da mesma instituição (2.750 USD para 2025 e 2.625 USD para 2026).

A intensificação das tensões comerciais deriva das propostas de Donald Trump, que prevê novos pacotes de tarifas, incluindo uma taxa de 25% sobre automóveis e peças automóveis importadas e um adicional de 10% sobre todas as importações provenientes da China. Um novo conjunto de tarifas será anunciado a 2 de Abril.

Segundo Edward Meir, consultor da Marex, “os temas relacionados com tarifas continuarão a sustentar a subida dos preços do ouro até haver uma resolução definitiva para esta disputa comercial”.

Para além disso, a forte procura por parte de bancos centrais e os investimentos em fundos cotados em bolsa (ETFs) continuam a contribuir para a impressionante valorização do metal precioso.

Fonte: O Económico

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