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O Instituto Nacional de Estatística revelou que, em Maio de 2025, Moçambique registou uma deflação mensal de 0,36%, um movimento influenciado sobretudo pela queda nos preços de produtos alimentares essenciais. Apesar disso, a inflação homóloga manteve-se nos 4,00%, sinalizando pressões de preços persistentes num horizonte mais amplo.
Os dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira, Nampula, Quelimane, Tete, Chimoio, Xai-Xai e na Província de Inhambane revelam uma trajectória descendente dos preços em Maio, traduzida numa deflação mensal de 0,36%. Este recuo deveu-se, em grande medida, à contribuição negativa da divisão de Alimentação e bebidas não alcoólicas (-0,39 pontos percentuais).
Entre os produtos com maior influência na redução de preços destacam-se o tomate (-17,7%), as portagens (-24,8%), o milho em grão (-10,9%), a couve (-6,4%), a alface (-11,3%) e o carapau (-1,9%), que juntos contribuíram com 0,52 pontos percentuais negativos.
Apesar da tendência de queda, alguns produtos contrariaram o movimento, como o pão de trigo (6,3%), refeições completas em restaurantes (1,0%), sandes de queijo e ovo (3,6%) e a cebola (3,9%), adicionando 0,27 pontos percentuais positivos à variação mensal.
No acumulado de Janeiro a Maio, a inflação situou-se em 1,28%. Os sectores de alimentação e restaurantes, cafés e similares lideraram os contributos, com aumentos que se reflectem nos preços do pão, arroz, feijão, sabão, farinha de milho e sumos naturais — representando 0,94pp da variação total.
Em termos homólogos, o índice revela um aumento de 4,00%, com a alimentação a subir 8,73% e os serviços de restauração e hotelaria com 8,35% de aumento face ao mesmo mês do ano anterior.
Por centro de recolha, todos registaram reduções mensais nos preços, com Quelimane (-0,74%) e Inhambane (-0,71%) no topo. Em contraste, os dados acumulados mostram Inhambane (2,83%) e Tete (2,82%) como as regiões com maior pressão inflacionária até Maio. No plano homólogo, Inhambane lidera novamente, com 5,98%, seguida de Tete com 5,84%.
A deflação registada em Maio indica algum alívio no curto prazo, sobretudo no sector alimentar. Contudo, o comportamento da inflação homóloga e acumulada sugere que os fundamentos inflacionários permanecem relevantes, exigindo monitoria contínua — especialmente em regiões como Inhambane e Tete, onde os aumentos são mais pronunciados.
Fonte: O Económico