Petróleo em Alta Reforça Preocupações com o Fornecimento Global

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Os preços do petróleo continuam a subir, impulsionados pela redução dos estoques nos Estados Unidos e pelo aumento das sanções contra a Rússia. Este cenário acentua as preocupações com a oferta global e reforça as incertezas no mercado energético.

Segundo dados da Energy Information Administration (EIA), os estoques de petróleo bruto nos EUA caíram 2 milhões de barris na última semana, atingindo o nível mais baixo desde Abril de 2022. Este valor superou significativamente a estimativa inicial de 992.000 barris prevista por analistas. Paralelamente, o aumento das exportações e a diminuição das importações contribuíram para o aperto na oferta doméstica norte-americana.

A par desta redução nos estoques, o endurecimento das sanções norte-americanas contra a Rússia continua a pressionar o mercado. As recentes medidas do governo Biden, que impuseram centenas de sanções adicionais à base industrial militar russa e aos seus esquemas de evasão, dificultaram ainda mais o acesso ao petróleo russo. Como consequência, os grandes compradores de Moscovo estão a recorrer a outras fontes, elevando as taxas de embarque e reforçando a procura por barris de reposição no mercado global.

Esta conjugação de factores ajudou a elevar o preço do Brent para 82,28 dólares por barril, uma subida de 0,3%, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) dos EUA aumentou 0,4%, fixando-se em 80,32 dólares por barril. Ambos os índices estão a aproximar-se dos máximos registados em meados do ano passado.

Por outro lado, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados mantêm uma posição cautelosa em relação ao aumento da produção. Apesar da recente subida dos preços, o fundador da Commodity Context, Rory Johnston, destaca que o grupo de produtores tem hesitado em relaxar os cortes de produção devido às incertezas persistentes no mercado. Segundo Johnston, “o otimismo do grupo de produtores foi abalado com tanta frequência no ano passado que é provável que ele peque pelo excesso de cautela antes de iniciar o processo de flexibilização dos cortes”.

Em termos de procura, analistas do JPMorgan apontaram que o consumo global de petróleo aumentou 1,2 milhões de barris por dia nas duas primeiras semanas de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, este crescimento ficou ligeiramente abaixo das expectativas, refletindo um equilíbrio delicado entre oferta e procura.

A situação no Médio Oriente também contribui para o complexo cenário do mercado energético. A notícia de um acordo entre Israel e o Hamas para interromper os combates em Gaza, trocando reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, aliviou momentaneamente a tensão geopolítica. Contudo, os investidores permanecem atentos a possíveis desenvolvimentos que possam impactar o fornecimento regional de energia.

No geral, o mercado de petróleo permanece num estado de alerta, com fatores geopolíticos, sanções e dinâmicas de oferta e procura a ditarem a direção dos preços. Num contexto de alta nos preços, os produtores estão relutantes em aumentar a produção, enquanto a procura global cresce de forma moderada, reforçando as incertezas sobre a estabilidade do fornecimento a médio prazo.

Fonte: O Económico

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