Resumo
O preço do petróleo subiu ligeiramente no final da semana, com rumores de possíveis ataques aéreos dos EUA à Venezuela, posteriormente negados por Trump. O Brent subiu 7 cêntimos, para US$ 65,07 por barril, e o WTI avançou 41 cêntimos, para US$ 60,98. A volatilidade da sessão foi influenciada por notícias contraditórias, levando a compras especulativas que se dissiparam com a negação de Trump. Tensões geopolíticas, sanções e produção dos EUA afetam o mercado, enquanto o dólar forte e a contração da atividade industrial chinesa preocupam com a procura global de energia. A Arábia Saudita pode baixar os preços do petróleo em Dezembro, sinalizando um possível excesso de oferta. A OPEP+ poderá aprovar um aumento moderado da produção.
Os futuros do Brent subiram 7 cêntimos (0,11%), fixando-se em US$ 65,07 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) avançou 41 cêntimos (0,68%), para US$ 60,98.
Sessão Instável e Impacto Imediato das Notícias
O mercado reagiu inicialmente em alta a notícias publicadas por vários meios de comunicação norte-americanos, que indicavam que ataques aéreos dos EUA sobre a Venezuela poderiam começar “nas próximas horas”.
A escalada de rumores gerou compras especulativas rápidas, mas os ganhos dissiparam-se após a negação pública de Trump, que classificou as informações como “enganosas”.
“É o truque ou travessura de Donald Trump?”, ironizou Phil Flynn, analista sénior do Price Futures Group, recordando que o Presidente já negara anteriormente planos de ataque ao Irão, antes de efectivamente autorizar bombardeamentos contra aquele país.
Flynn observou que qualquer ofensiva militar real durante o fim-de-semana faria disparar os preços na segunda-feira, uma vez que o mercado petrolífero reagiria de imediato ao potencial de perturbação das exportações venezuelanas.
Tensões Geopolíticas e Factor Venezuela
De acordo com fontes militares citadas pela imprensa norte-americana, os EUA deslocaram um grupo naval liderado pelo porta-aviões Gerald Ford para o mar das Caraíbas, junto à costa venezuelana.
Embora oficialmente a missão seja de combate ao narcotráfico, analistas consideram que o dispositivo excede largamente as necessidades de uma operação dessa natureza.
“É evidente que algo está em preparação. Para os traders, é o típico cenário de comprar agora e perguntar depois”, comentou John Kilduff, sócio da Again Capital LLC.
As tensões geopolíticas, somadas às sanções impostas a Rússia, Irão e Venezuela, têm mantido o mercado num estado de sensibilidade extrema a qualquer perturbação da oferta global, que se encontra já sob pressão devido ao reforço da produção norte-americana.
Factores Fundamentais e Contexto de Mercado
O dólar norte-americano manteve-se perto dos máximos de três meses, tornando as commodities cotadas em dólares mais caras para compradores estrangeiros.
Ao mesmo tempo, a actividade industrial da China contraiu pelo sétimo mês consecutivo, segundo um inquérito oficial divulgado sexta-feira, reforçando as preocupações com a procura global de energia.
Além disso, a Arábia Saudita — maior exportador mundial — poderá reduzir os preços do crude destinado à Ásia em Dezembro, para mínimos de vários meses, sinalizando um tom mais cauteloso e um potencial excesso de oferta no mercado.
OPEP+ Inclina-se para Novo Aumento Moderado
Fontes citadas pela Reuters indicaram que a OPEP+ (organização que agrupa os membros da OPEP e aliados como a Rússia e o Cazaquistão) deverá aprovar este domingo um aumento modesto da produção em 137 mil barris por dia, ajustando a oferta de forma controlada.
A decisão surge num momento em que o grupo procura equilibrar a recuperação económica global com o risco de acumulação de stocks no início de 2026.
Analistas da Rystad Energy, Commerzbank e SEB concordam que não há margem significativa para aumentos adicionais, já que a maioria dos produtores, excepto a Arábia Saudita, opera perto dos seus limites de capacidade.
Tendência Mensal e Projecções
Apesar da ligeira alta no fecho da semana, o Brent e o WTI acumulam quedas mensais de 2,6% e 2%, respectivamente, refletindo a combinação entre maior produção e sinais de desaceleração económica global.
De acordo com um inquérito da Reuters, o Brent deverá atingir uma média de US$ 67,99 por barril em 2025, ligeiramente acima da previsão anterior, enquanto o WTI deverá rondar os US$ 64,83.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>O mercado petrolífero encerrou Outubro num ponto de equilíbrio precário entre o risco geopolítico e o excesso de oferta.
A negação de Trump poderá ter travado uma reacção mais agressiva dos preços, mas os factores de instabilidade política e as decisões da OPEP+ continuam a determinar um cenário de volatilidade elevada e imprevisível para as próximas semanas.
Fonte: O Económico






