Petróleo mantém-se estável à espera de novas tarifas dos EUA

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Os preços do petróleo mantiveram-se estáveis esta quarta-feira, 2 de Abril, em sessões de fracas negociações, enquanto os mercados globais aguardam o anúncio de novas tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos, previsto para as 20h00 GMT. O receio generalizado é que essas medidas aprofundem a guerra comercial global, com impacto negativo na procura por petróleo.

Os futuros do Brent mantiveram-se inalterados em 74,49 dólares por barril às 06h22 GMT, após terem recuado 0,4% na véspera. Já o crude West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, avançou ligeiramente três cêntimos, fixando-se em 71,23 dólares, depois de também ter recuado 0,4% no dia anterior. Ambos os contratos atingiram os níveis mais altos em cinco semanas na segunda-feira, 31 de Março.

Segundo a Casa Branca, o Presidente Donald Trump deverá anunciar um novo pacote tarifário, embora não tenham sido avançados detalhes sobre o seu alcance. O dia foi apelidado pelo próprio como o “Dia da Libertação”, gerando expectativas de medidas com potencial para reconfigurar o sistema de comércio internacional.

“A reacção do mercado dependerá da robustez dessas medidas. Tarifas mais brandas não deverão estimular os preços, mas medidas mais agressivas poderão desencadear uma queda acentuada”, advertiram analistas da BMI numa nota aos investidores.

Apesar de os preços do petróleo terem registado uma subida de quase 2% ao longo de Março, mantêm-se agora em compasso de espera, com volumes de negociação reduzidos, revelando a cautela dos agentes. Às 06h23 GMT, os contratos do Brent para Junho registavam apenas 13.936 lotes transaccionados, face aos 672.617 de interesse aberto para o mesmo período, segundo dados da ICE via plataforma LSEG.

Analistas observam também o impacto de outras medidas geopolíticas. A ameaça de tarifas secundárias sobre o petróleo russo, aliada ao aumento das sanções norte-americanas ao Irão, têm funcionado como travão a maiores descidas, no âmbito da política de “pressão máxima” da administração Trump.

Janiv Shah, vice-presidente da Rystad Energy, considerou que “se estas pressões tarifárias contribuírem para um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, há um cenário possível em que estas medidas punitivas tenham vida curta”.

Entretanto, os dados mais recentes dos inventários de petróleo dos EUA apresentaram um quadro misto: enquanto os stocks de crude aumentaram em 6 milhões de barris na semana terminada a 28 de Março, as reservas de gasolina caíram 1,6 milhões de barris, e as de destilados recuaram ligeiramente em 11 mil barris.

Fonte: O Económico

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