Petróleo recua após aumento das disponibilidades nos EUA

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Os preços do petróleo registaram uma queda nesta quarta-feira, 12 de Fevereiro, após um relatório da indústria indicar um aumento significativo nas existências de petróleo bruto nos Estados Unidos. Adicionalmente, as preocupações com as tarifas comerciais impactaram o sentimento do mercado, embora as margens de refinação mais robustas tenham ajudado a mitigar perdas mais acentuadas.

Desempenho dos preços do petróleo

 Os contratos futuros do Brent caíram 25 cêntimos, ou 0,3%, fixando-se em 76,75 dólares por barril às 04:08 GMT. O crude norte-americano West Texas Intermediate (WTI) caiu 28 cêntimos, ou 0,4%, para 73,04 dólares por barril. A desvalorização interrompeu uma série de três dias consecutivos de ganhos, durante os quais o Brent acumulou uma subida de 3,6% e o WTI, 3,7%.

Aumento das existências de petróleo nos EUA 

As reservas de petróleo bruto nos EUA aumentaram em 9,4 milhões de barris na semana terminada em 7 de Fevereiro, segundo dados do Instituto Americano do Petróleo (API). Por outro lado, as existências de gasolina caíram 2,51 milhões de barris e as de destilados recuaram 590.000 barris.

A Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA) publicará os seus dados oficiais mais tarde nesta quarta-feira, podendo trazer maior clareza sobre a oferta e procura do mercado.

Projecção de produção dos EUA 

A EIA reviu em alta a sua estimativa de produção de petróleo bruto nos EUA, esperando agora uma média de 13,59 milhões de barris por dia (bpd) para 2025, um aumento em relação à previsão anterior de 13,55 milhões de bpd.

Impacto das tarifas e margens de refinação 

As preocupações sobre o impacto das tarifas comerciais impostas ou ameaçadas pelos EUA continuam a pesar no mercado, com receios de que possam prejudicar o crescimento económico global e reduzir a procura por energia.

No entanto, margens de refinação mais favoráveis ajudaram a limitar as perdas dos preços. Dados da LSEG indicam que as margens de refinação complexas em Singapura recuperaram das perdas de Janeiro, alcançando uma média superior a 3 dólares por barril na última semana. A recuperação das margens impulsionou a actividade das refinarias, especialmente com a aproximação da temporada de manutenções na Europa e na Ásia.

Expectativas do mercado e discurso do Fed 

No âmbito macroeconómico, os investidores aguardam com atenção a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA às 13:30 GMT, dado que pode oferecer pistas sobre a trajectória da economia norte-americana e eventuais mudanças na política monetária.

Jerome Powell, Presidente da Reserva Federal dos EUA (Fed), reiterou na terça-feira, 11/02,  que o banco central não tem pressa em reduzir as taxas de juro. No entanto, indicou que o Fed está preparado para agir caso a inflação continue a desacelerar ou se o mercado de trabalho mostrar sinais de enfraquecimento.

Os preços do petróleo continuam a ser influenciados pelo aumento das reservas de crude nos EUA e pela incerteza sobre o impacto das tarifas comerciais no crescimento económico global. Embora a melhoria das margens de refinação tenha ajudado a atenuar quedas mais acentuadas, os mercados permanecem atentos aos dados da inflação norte-americana e às perspectivas para a política monetária do Fed.

Fonte: O Económico

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