Petróleo Recua com Apreciação dos Resultados das Negociações EUA-China e Aumento da Produção da OPEP+

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Os preços do petróleo registaram uma ligeira descida esta quarta-feira, reflectindo a prudência dos investidores face aos resultados ainda não oficializados das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China. O enfraquecimento da procura chinesa e os planos de aumento de produção da OPEP+ adicionaram pressão ao mercado, que observa com atenção o comportamento da oferta e os sinais de consumo nos EUA.

Os contratos futuros do Brent caíram 0,3%, cotando-se a 66,68 dólares por barril, enquanto o WTI norte-americano recuou 0,3%, para 64,82 dólares, de acordo com os dados registados às 03:18 GMT.

O movimento de correcção ocorre após o anúncio de um acordo-quadro entre os EUA e a China, que visa reactivar a trégua comercial, desbloquear exportações chinesas de terras raras e aliviar restrições cruzadas. Contudo, a ausência de uma confirmação formal por parte do Presidente Donald Trump manteve os mercados em modo de expectativa.

“As correcções actuais nos preços devem-se a uma combinação de realização técnica de lucros e cautela antes da aprovação final do acordo comercial”, observou Priyanka Sachdeva, analista sénior da Phillip Nova.

Expectativas para a Procura Global e Impacto no Petróleo

Segundo Tony Sycamore, analista da IG, o entendimento comercial remove parte dos riscos negativos para a economia chinesa e estabiliza a trajectória da economia americana, o que, em teoria, seria positivo para a procura global de petróleo. No entanto, este efeito permanece condicionado à efectiva execução do acordo.

Pressão do Lado da Oferta: Produção da OPEP+ em Alta

A OPEP+ anunciou a intenção de aumentar a produção em 411 mil barris por dia em Julho, marcando o quarto mês consecutivo de reversão dos cortes que vinham limitando a oferta. O grupo produziu 26,75 milhões de barris por dia em Maio, segundo levantamento da Reuters.

Analistas alertam que a absorção desse volume adicional dependerá da evolução da procura regional e global.

“Uma procura interna mais forte nas economias da OPEP+, sobretudo na Arábia Saudita, poderá compensar o aumento da produção e sustentar os preços”, avaliou Hamad Hussain, da Capital Economics.
“Contudo, como esse impulso à procura será sazonal, esperamos que o Brent caia para 60 dólares por barril até ao final do ano.”

Relatório de Inventários dos EUA Pode Influenciar Curto Prazo

Mais tarde hoje, os mercados estarão atentos ao relatório semanal da Administração de Informação Energética (EIA) dos EUA, que pode oferecer pistas importantes sobre a tendência da procura interna norte-americana. De acordo com fontes do sector, os stocks de crude caíram 370 mil barris na semana passada, segundo dados preliminares do Instituto Americano do Petróleo (API).

Embora o progresso diplomático entre os EUA e a China tenha removido parte da incerteza geopolítica, o mercado petrolífero mantém uma trajectória volátil, marcada por dúvidas quanto à robustez da procura global e à sustentabilidade do equilíbrio entre oferta e consumo. O comportamento das economias da OPEP+, a execução efectiva do pacto comercial e a trajectória da política monetária nos EUA serão decisivos para a evolução dos preços no segundo semestre.

Fonte: O Económico

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