Petróleo Regista Queda com Aumento da Produção da OPEP+ e Incerteza Tarifária nos EUA

0
32

Os preços do petróleo registaram novas quedas esta terça-feira, 04/03, reflectindo as crescentes preocupações do mercado com o impacto da decisão da OPEP+ de avançar com o aumento da produção em Abril, ao mesmo tempo que os investidores avaliam as incertezas ligadas às novas tarifas comerciais dos Estados Unidos sobre importações do Canadá, México e China.

O Brent recuou 0,7%, negociando-se a 71,13 dólares o barril às 04:55 GMT, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), referência dos Estados Unidos, caiu 0,4%, para 68,11 dólares o barril.

Para os analistas, a decisão da OPEP+ de ampliar a oferta pode levar a um excesso de petróleo no mercado, o que intensifica a pressão sobre os preços. Ao mesmo tempo, a entrada em vigor das tarifas de 25% impostas por Donald Trump sobre as importações energéticas do Canadá e do México – juntamente com o aumento das taxas para produtos chineses de 10% para 20% – levanta receios de um abrandamento da actividade económica e da procura por combustíveis.

“A actual tendência de queda dos preços do petróleo é impulsionada pela decisão da OPEP+ de aumentar a produção e pela introdução das tarifas americanas, que podem afectar o consumo global de energia”, afirmou Darren Lim, estratega da Phillip Nova.

OPEP+ Avança com Aumento da Produção

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados, incluindo a Rússia, decidiram avançar com o primeiro aumento de produção desde 2022, adicionando 138.000 barris por dia ao mercado a partir de Abril. A medida faz parte de um plano para desfazer gradualmente os cortes de produção implementados nos últimos anos, mas levanta receios de uma oferta excessiva num mercado já volátil.

Segundo analistas, esta decisão poderá pressionar ainda mais os preços do petróleo, especialmente num cenário em que a procura global ainda apresenta incertezas devido ao impacto das tarifas comerciais e ao arrefecimento do crescimento económico em algumas das principais economias mundiais.

Geopolítica e Impacto das Sanções à Rússia

Além das questões de produção e tarifas, os mercados também monitorizam os desenvolvimentos no conflito Rússia-Ucrânia. Recentemente, Donald Trump anunciou a suspensão de toda a ajuda militar dos EUA à Ucrânia, após um encontro tenso com o presidente Volodymyr Zelenskiy na Casa Branca. A decisão foi interpretada como um potencial passo para um abrandamento do conflito, o que, segundo especialistas, poderia resultar na redução das sanções à Rússia e num consequente aumento da oferta de petróleo russo no mercado global.

Segundo fontes citadas pela Reuters, a Casa Branca pediu ao Departamento de Estado e ao Tesouro que elaborem uma lista de sanções que poderiam ser atenuadas nas negociações com Moscovo. Se essa flexibilização ocorrer, poderá haver um aumento da produção russa, elevando ainda mais a oferta global de crude.

Contudo, analistas do Goldman Sachs alertam que a produção de petróleo da Rússia está mais condicionada pelos compromissos da OPEP+ do que pelas sanções ocidentais, sugerindo que uma flexibilização das medidas punitivas poderá ter efeitos limitados no volume de exportações russas.

Perspectivas para o Mercado Petrolífero

Com a convergência de múltiplos factores – aumento da produção da OPEP+, novas tarifas dos EUA e incertezas geopolíticas – o mercado petrolífero enfrenta um período de elevada volatilidade.

Os investidores e traders estarão atentos aos próximos dados sobre os inventários de petróleo dos EUA, bem como às possíveis revisões das políticas energéticas por parte da administração Trump, que continua a adoptar uma abordagem agressiva na defesa dos interesses comerciais norte-americanos.

<

p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Para o curto prazo, as previsões apontam para pressões descendentes sobre os preços, enquanto o mercado avalia os impactos combinados das decisões da OPEP+ e da política comercial dos EUA. Contudo, a reacção dos principais consumidores de energia, como a China e a União Europeia, poderá determinar se essa tendência se manterá no médio prazo ou se haverá uma recuperação nos preços.

Fonte: O Económico

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!