Resumo
Os preços do petróleo subiram 1,5% devido à OPEP+ anunciar um aumento modesto da produção para Novembro, contrariando expectativas de expansão maior. A decisão visa estabilizar o mercado após recente queda nas cotações, apesar de analistas alertarem para fraca procura e potencial excesso de oferta. A Rússia pressionou por abordagem cautelosa, mantendo o incremento mensal de 137 mil barris por dia, enquanto Riade defendia aumento superior. Ataques ucranianos a infraestruturas energéticas russas continuam, com ministros do G7 a anunciar sanções adicionais a intermediários que facilitem a compra de petróleo russo. Especialistas preveem limites aos ganhos de curto prazo, devido à época de manutenção de refinarias que reduz temporariamente a procura por crude. A decisão da OPEP+ reflete prudência estratégica para equilibrar riscos de queda dos preços com a necessidade de preservar receitas e quota de mercado, num mercado sensível a evoluções geopolíticas e macroeconómicas globais.
Os preços do petróleo subiram cerca de 1,5% na segunda-feira, depois de a OPEP+ anunciar um aumento mais modesto da produção para Novembro do que o antecipado pelos mercados. A decisão visa mitigar a recente queda nas cotações e estabilizar o mercado, ainda que os analistas alertem para um cenário de fraca procura e potenciais excessos de oferta no curto prazo.
De acordo com o anúncio de domingo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados, liderados pela Rússia, decidiram manter o incremento mensal de 137 mil barris por dia (bpd) em Novembro — o mesmo valor de Outubro —, contrariando expectativas de uma expansão maior para recuperar quota de mercado.
Fontes internas indicaram que Moscovo pressionou por uma abordagem cautelosa, temendo um impacto negativo sobre os preços, enquanto Riade defendia um aumento duas a quatro vezes superior.
Segundo a ANZ Bank, o ajustamento “é gerível, considerando as interrupções de fornecimento e o aperto das sanções impostas pelos Estados Unidos e pela Europa contra a Rússia e o Irão”.
Entretanto, ataques ucranianos continuaram a visar infra-estruturas energéticas russas, incluindo a refinaria de Kirishi, uma das maiores do país, com capacidade anual superior a 20 milhões de toneladas.
Os ministros das Finanças do G7 anunciaram novas medidas para aumentar a pressão sobre Moscovo, incluindo sanções adicionais a intermediários que facilitem a compra de petróleo russo.
Apesar do alívio inicial nos preços, especialistas anteveem limites aos ganhos de curto prazo. “Com a ausência de catalisadores optimistas e uma crescente incerteza sobre a procura, o mercado deverá permanecer contido”, afirmou Priyanka Sachdeva, analista sénior da Phillip Nova.
A época de manutenção de refinarias, que se intensifica neste trimestre, deverá reduzir temporariamente a procura por crude. “À medida que a estação de transição avança, o aumento das paragens para manutenção criará um excedente significativo, pressionando novamente as cotações”, alertou a BMI numa nota a clientes.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A decisão da OPEP+ reflete uma postura de prudência estratégica, procurando equilibrar os riscos de queda dos preços com a necessidade de preservar receitas e quota de mercado. No entanto, com a procura global em abrandamento e os receios de excesso de oferta persistentes, o mercado do petróleo mantém-se num ponto de inflexão, sensível a evoluções geopolíticas e à trajectória macroeconómica mundial.
Fonte: O Económico