Petróleo Sobe com Ataques no Iraque e Oferta Global Limitada

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Os preços do petróleo registaram uma nova valorização a 18 de Julho, sustentados por uma combinação de factores geopolíticos no Médio Oriente e fundamentos de mercado ainda restritos. A escalada de ataques com drones a campos petrolíferos no norte do Iraque e a crescente procura por combustível durante o verão mantêm o mercado em tensão.

De acordo com a Reuters, os futuros do Brent subiram 29 cêntimos (0,40%) para 69,81 USD/barril, enquanto o WTI avançou 27 cêntimos (0,42%) para 67,81 USD/barril, nas primeiras horas do dia 18 de Julho. A valorização segue-se a um salto de 1 dólar registado na sessão anterior, em reacção à interrupção parcial da produção no Curdistão iraquiano.

Quatro dias consecutivos de ataques com drones a instalações petrolíferas da região semi-autónoma levaram à paralisação de metade da produção local, que caiu de 280.000 para cerca de 140.000–150.000 barris por dia. Fontes do sector energético atribuem os ataques a milícias apoiadas pelo Irão, embora nenhuma organização tenha assumido responsabilidade directa.

A situação reacende receios de instabilidade prolongada na região e coloca pressão sobre o equilíbrio delicado da oferta global, já sob stress sazonal.

Procura Forte em Meio a Estoques Reduzidos
A subida dos preços não se deve apenas ao choque de oferta. A procura global por petróleo atingiu 105,2 milhões de barris por dia nas primeiras semanas de Julho, segundo o JPMorgan — um aumento de 600.000 bpd em relação a 2023, em linha com as previsões.

Nos Estados Unidos, o consumo ligado ao verão continua elevado, enquanto os estoques de crude registaram uma queda acima do esperado, devido ao aumento das exportações. A Ásia também mostra sinais de recuperação, com refinarias a retomarem operações após períodos de manutenção.

“O impacto do aumento da oferta da OPEP+ foi compensado por uma procura sazonal sólida, especialmente nos EUA”, afirmou Anh Pham, analista da LSEG.

Expectativas de Curto e Médio Prazo
Analistas do ING estimam que os fundamentos do mercado petrolífero devem permanecer apertados durante o terceiro trimestre, com sinais de maior alívio apenas no quarto trimestre, quando a procura sazonal do hemisfério norte começar a diminuir e os cortes de produção forem revertidos.

Ainda assim, a incerteza sobre a política tarifária dos EUA — particularmente no contexto da retórica proteccionista de Donald Trump — continua a ensombrar as perspectivas. A falta de clareza quanto às tarifas pode gerar instabilidade nos fluxos comerciais de energia e comprometer decisões de investimento.

Paralelamente, o governo federal do Iraque anunciou a retoma das exportações de petróleo do Curdistão via oleoduto para a Turquia, após dois anos de interrupção. A notícia poderá aliviar parcialmente as tensões de oferta, caso se concretize nos próximos dias.

A recente alta nos preços do petróleo reflecte uma conjugação de vulnerabilidades geopolíticas e desequilíbrios estruturais do mercado global de energia. Com a procura a manter-se robusta e a oferta sujeita a riscos crescentes, a volatilidade deverá permanecer elevada até ao final do verão. A trajectória futura dependerá não apenas da estabilização no Médio Oriente, mas também das decisões políticas e tarifárias dos principais actores económicos globais.

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Fonte: O Económico

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