Petróleo Sobe com Esperança de Alívio nas Tensões entre EUA e China

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O petróleo recuperou terreno esta quinta-feira, 6 de Junho, com os investidores a reagirem positivamente a sinais de que as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China podem começar a abrandar, após um telefonema entre Donald Trump e Xi Jinping.

O barril de petróleo bruto WTI valorizou 0,8%, superando os 63 dólares, após a agência noticiosa oficial chinesa ter noticiado que os líderes das duas maiores economias do mundo conversaram por telefone. Este sinal de aproximação surge como um estímulo de confiança para os mercados, que há meses vinham penalizando o crude devido à incerteza em torno das tarifas.

Rebecca Babin, trader sénior de energia no CIBC Private Wealth Group, comentou que “um encontro entre Xi e Trump é favorável aos activos de risco e ao petróleo bruto, pois eleva a hipótese de progresso nas negociações tarifárias”. A incerteza comercial tem sido apontada como um dos principais factores de revisão em baixa das previsões de procura global de crude.

Contudo, a tensão entre os dois países permanece latente. A China evitou comprar petróleo dos EUA pelo segundo mês consecutivo — a mais longa interrupção desde a pandemia — prejudicando os produtores americanos, dependentes da procura externa.

Do lado da oferta, surgem novas preocupações. Incêndios florestais no Canadá interromperam a produção de cerca de 350 mil barris diários, afectando os envios para o centro de armazenamento de Cushing (Oklahoma) e para os terminais de exportação na Costa do Golfo dos EUA. Paralelamente, os inventários de crude norte-americano caíram 4,3 milhões de barris na última semana, o maior recuo desde Novembro, segundo a Administração de Informação Energética dos EUA (EIA).

Por outro lado, a Arábia Saudita está a pressionar a OPEP+ para manter o plano de aumento de produção em pelo menos 411 mil barris por dia em Agosto e potencialmente também em Setembro, segundo fontes citadas pela Bloomberg. Mesmo com este aumento, a subida sazonal da procura de combustíveis no verão poderá absorver os volumes adicionais.

Apesar da recuperação pontual, o preço do crude acumula uma queda de cerca de 12% em 2025, reflectindo os receios de que uma prolongada guerra comercial liderada pelos EUA possa comprometer o crescimento económico global e, consequentemente, a procura de energia.

Enquanto isso, a Saudi Aramco reduziu o preço do seu principal grau de petróleo para os compradores asiáticos em Julho, mas a redução ficou aquém das expectativas antecipadas por analistas do mercado.

Fonte: O Económico

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