Petróleo Sobe com Risco de Queda da Oferta Venezuelana, Mas Ganhos São Limitados pela OPEP+

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Os preços do petróleo registaram uma ligeira alta esta quarta-feira, impulsionados por receios quanto ao fornecimento da Venezuela, depois de os Estados Unidos terem restringido as exportações da Chevron. No entanto, as expectativas de aumento da produção por parte da OPEP+ limitaram significativamente os ganhos, mantendo o mercado cauteloso.

O Brent subiu 25 cêntimos, ou 0,4%, para 64,34 dólares por barril, enquanto o WTI avançou 24 cêntimos, atingindo 61,13 dólares. A valorização modesta ocorre após a Administração Trump ter revogado, no final de Fevereiro, a licença que permitia à Chevron exportar crude venezuelano, concedendo agora uma nova autorização apenas para manter activos, sem permissão de exportação ou expansão.

Analistas alertam que a ausência do crude venezuelano nos EUA deixará os refinadores mais dependentes das importações provenientes do Médio Oriente. “A perda dos barris da Chevron da Venezuela obrigará os refinadores a procurarem alternativas no Médio Oriente”, observou Robert Rennie, estratega de commodities do Westpac.

Apesar dos riscos de fornecimento, os preços permanecem contidos. Isto deve-se à expectativa de que a OPEP+ possa decidir, nos próximos dias, por um aumento de produção. Embora a reunião formal do grupo não deva produzir mudanças imediatas, fontes indicam que um possível aumento poderá ser discutido no sábado entre oito membros da coligação.

A analista Priyanka Sachdeva, da Phillip Nova, sublinha que o mercado “antecipa um segundo semestre com excesso de oferta, o que limita qualquer entusiasmo com os recentes ganhos”. Acrescenta ainda que o incumprimento das quotas por parte de alguns membros da OPEP e as políticas comerciais de Donald Trump também pressionam a procura global.

Entretanto, novas sanções contra a Rússia estão a ser consideradas por Washington, o que poderá adicionar incerteza ao mercado energético global. Analistas da ING alertam que “qualquer nova medida restritiva poderá comprometer os fluxos energéticos russos, acrescentando volatilidade à equação”.

O actual cenário demonstra a fragilidade dos equilíbrios nos mercados petrolíferos globais: por um lado, riscos geopolíticos e restrições à oferta; por outro, estratégias da OPEP+ e desafios estruturais à procura. Um ambiente onde cada decisão política pode gerar ondas de choque nos preços e nos fluxos de energia internacionais.

Fonte: O Económico

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