Resumo
Os preços do petróleo recuperaram ligeiramente devido a sinais de novas sanções dos EUA à Rússia e ao bloqueio a navios venezuelanos. O mercado continua a ser afetado pelo excesso de oferta e pela procura global fraca. O Brent subiu cerca de 0,7%, para cerca de 60,10 dólares por barril, e o WTI avançou cerca de 0,8%, para cerca de 56,38 dólares por barril. Os EUA consideram impor mais sanções ao setor energético russo se Moscovo não aceitar um acordo de paz com a Ucrânia. Além disso, Donald Trump anunciou o bloqueio de navios petrolíferos sancionados que entrem ou saiam da Venezuela. Novas sanções ao petróleo russo poderiam ter um impacto mais significativo na oferta do que o bloqueio venezuelano, devido à produção russa no mercado global. A Venezuela arrisca perder cerca de 600 mil barris por dia, principalmente destinados à China.
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p style="margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial">Os preços do petróleo recuperam moderadamente após sinais de novas sanções dos EUA à Rússia e a imposição de um bloqueio a navios venezuelanos, num mercado ainda condicionado por excedente de oferta e procura global enfraquecida.
Petróleo Recupera com Apoio da Geopolítica
Os preços internacionais do petróleo registaram uma recuperação moderada nesta quinta-feira, reagindo a notícias de que os Estados Unidos poderão avançar com novas sanções ao sector energético russo, caso Moscovo não aceite um acordo de paz com a Ucrânia. Segundo a Reuters, que cita um relatório da Bloomberg, o Governo norte-americano avalia medidas adicionais que poderão incidir sobre a chamada “frota sombra” russa e sobre os intermediários que facilitam o escoamento do crude sancionado.
Neste contexto, o Brent subiu cerca de 0,7%, negociando em torno dos 60,10 dólares por barril, enquanto o WTI avançou aproximadamente 0,8%, para níveis próximos dos 56,38 dólares por barril, embora ambos tenham reduzido ganhos iniciais mais expressivos.
Rússia e Venezuela Recolocam Oferta no Centro do Debate
Para além da Rússia, o mercado reage também ao anúncio do Presidente dos EUA, Donald Trump, relativo ao bloqueio de navios petrolíferos sancionados que entrem ou saiam da Venezuela. Analistas do ING sublinham que novas sanções ao crude russo poderiam representar um risco de oferta ainda mais significativo do que o bloqueio venezuelano, dada a dimensão da produção russa no mercado global.
No caso da Venezuela, estima-se que estejam em risco cerca de 600 mil barris por dia, sobretudo destinados à China. Ainda assim, o impacto imediato tem sido mitigado pela procura enfraquecida na Ásia e pela existência de elevados volumes de crude em armazenamento flutuante. As exportações para os Estados Unidos, na ordem dos 160 mil barris por dia, deverão continuar, beneficiando de autorizações especiais anteriormente concedidas.
Excedente Global Limita Ganhos Sustentados
Apesar do renovado risco geopolítico, o mercado permanece condicionado por um excedente estrutural de crude, num contexto de crescimento económico moderado e procura menos dinâmica. A China, maior importador mundial, continua a apresentar sinais de abrandamento, limitando a capacidade dos preços sustentarem uma trajectória ascendente mais robusta.
Analistas citados pela Reuters sublinham que, com o Brent a negociar em torno dos 60 dólares por barril, a administração norte-americana dispõe de margem política para adoptar uma postura mais agressiva em matéria de sanções, sem provocar choques imediatos de preços.
OPEP+ e Equilíbrio Delicado
A OPEP+ acompanha de perto estes desenvolvimentos, mantendo uma estratégia prudente. O cartel tem reiterado a sua disponibilidade para ajustar a oferta, caso se materialize um abrandamento mais pronunciado da procura em 2026, mas evita reacções precipitadas num mercado onde os riscos geopolíticos convivem com fundamentos ainda frágeis.
Geopolítica Volta ao Centro da Formação de Preços
O episódio reforça a centralidade da geopolítica na formação dos preços do petróleo, mesmo num contexto de transição energética e diversificação de fontes. Sanções, conflitos e decisões políticas continuam a ser factores determinantes, capazes de provocar movimentos rápidos, ainda que muitas vezes temporários, nos mercados energéticos.
Para países importadores de energia, incluindo várias economias africanas, a actual conjuntura oferece algum alívio face aos picos históricos recentes, mas mantém elevados níveis de incerteza, exigindo prudência na gestão de políticas energéticas e fiscais.
Fonte: O Económico






