PR apela à reciprocidade no tratamento dos cidadãos em Portugal

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O Presidente da República reafirmou, esta quinta-feira, em Lisboa, o empenho em aprofundar os laços históricos com Portugal, valorizando a cooperação política, económica e humana entre os dois países.

Durante um encontro com a comunidade moçambicana residente em Portugal, após visitar a Exposição Muungano, que celebra os 50 anos de História, Arte e Cultura de Moçambique Independente, o Chefe do Estado prestou homenagem à diáspora e apelou à construção de uma relação bilateral baseada na reciprocidade e na facilitação de condições para viver e investir.

Num discurso marcado pelo reconhecimento do papel da comunidade moçambicana no exterior, Chapo destacou o gesto simbólico do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve presente nas celebrações do cinquentenário da independência em Maputo. “Foi um sinal muito forte de amizade e cooperação entre os dois países e os dois povos”, afirmou.

O Presidente moçambicano evocou ainda os acontecimentos históricos que unem os dois Estados, recordando a independência de Moçambique e a Revolução dos Cravos em Portugal. “Enquanto os portugueses comemoram o 25 de Abril, nós comemoramos o 25 de Junho. Todos nós, tanto portugueses como moçambicanos, estávamos a lutar contra o mesmo inimigo: o regime, e não os povos”, sublinhou.

Na sua intervenção, Daniel Chapo revelou que, durante o encontro com o Primeiro-Ministro português, Luís Montenegro, foi discutido o relançamento das relações bilaterais, com ênfase no pilar económico. “Portugal e Moçambique podem trabalhar juntos, com empresários portugueses a investir em Moçambique e empresários moçambicanos a investir em Portugal”, disse, apelando a um maior equilíbrio nos fluxos de investimento e na cooperação técnica.

O Presidente reforçou também a importância de garantir tratamento equitativo aos moçambicanos residentes em Portugal, à semelhança da forma como os cidadãos portugueses são acolhidos em Moçambique. “Que haja reciprocidade na boa forma de tratar as pessoas”, defendeu, apelando à simplificação dos processos de legalização de residência para moçambicanos que estudam, trabalham ou constituem família em Portugal.

Entre os anúncios mais relevantes, destacou-se a realização de uma cimeira bilateral entre os dois países, agendada para os dias 8 e 9 de Dezembro, em Lisboa. O evento servirá para avaliar o grau de execução dos acordos assinados entre os governos. “Assinam-se acordos e pensa-se que já estão a ser implementados […] e não estão”, alertou Chapo, propondo que os próximos 50 anos de cooperação sejam mais eficazes e produtivos.

O Chefe de Estado terminou a visita com palavras de gratidão à comunidade moçambicana pelo contributo nas eleições gerais de 2024 e enalteceu o talento dos artistas nacionais representados na Exposição Muungano. “Esta é uma excelente iniciativa que mostra que Moçambique continua vivo no coração dos seus filhos, mesmo distantes do país”, afirmou.

O dia encerrou com um apelo à união, ao orgulho nacional e à continuidade do fortalecimento dos laços entre Moçambique e Portugal, no contexto das comemorações dos 50 anos da independência moçambicana.

Fonte: O País

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