PR defende maior integração económica africana na Feira de Comércio em Argel 

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O Presidente da República, Daniel  Chapo, defendeu, em Argel, que a integração  económica de África depende de infra-estruturas modernas de  transporte, energia e digitalização, afirmando que a           zona de  comércio livre continental só será uma realidade se o continente  apostar na sua própria capacidade logística e produtiva. 

Ao intervir na 4.ª Feira de Comércio Intra-Africana, o Chefe do Estado  destacou a importância do encontro como sinal de força e unidade  continental. “Para Moçambique este evento é bastante importante, 

porque prova que juntos, como povos africanos, somos mais fortes,  estabelecendo a África como uma potência económica no âmbito  da zona de comércio livre continental”, afirmou. 

O Presidente moçambicano destacou os corredores logísticos de  Maputo, Beira e Nacala como infra-estruturas estratégicas não apenas  para Moçambique, mas também para os países do interior sem acesso  ao mar. “Estamos a trabalhar para melhorarmos a capacidade  logística dos nossos portos, das nossas estradas e das nossas linhas  férreas”, sublinhou, acrescentando que sem estas infra-estruturas “será  impossível materializar o sonho do comércio intra-africano”. 

O estadista defendeu igualmente a necessidade de melhorar a  conectividade aérea no continente, lamentando que, muitas vezes,  para viajar entre países africanos seja necessário passar por outros  continentes. “Só assim é que vamos flexibilizar o turismo africano, o  comércio africano, a logística africana e desenvolver os nossos  continentes, sobretudo os nossos países”, afirmou. 

No domínio das fronteiras, anunciou o desenvolvimento de um  projecto piloto de paragem única digitalizada com a África do Sul, em  colaboração com o Africa Exim Bank, o Banco Africano de  Desenvolvimento e a Africa50. “Achamos que a existência de  fronteiras, que também têm as suas burocracias, não flexibiliza o  comércio intra-africano”, disse, defendendo a simplificação de  processos e uma maior integração regional. 

Sobre a energia, Daniel Chapo destacou o papel de  Moçambique como fornecedor regional, lembrando a expansão da  Hidroeléctrica de Cahora Bassa, a construção de uma nova barragem 

no Rio Zambeze com capacidade de 1.500 MW e os investimentos em  gás natural e energias renováveis, como solar e eólica. 

“Este aumento da capacidade é exactamente para resolvermos não  só as preocupações de fornecimento de energia eléctrica em  Moçambique, mas ao nível da região da África Austral, porque somos  todos irmãos e os problemas africanos têm que ter soluções africanas”,  afirmou. 

O Presidente da República frisou ainda que a industrialização deve ser  prioridade, assente na agricultura e no agro-processamento, com  apoio às pequenas e médias empresas, responsáveis por mais de 90 por cento da economia moçambicana.  

“Estamos a apostar muito nos jovens, porque eles é que têm a força  activa para trabalharem. E estamos a apostar muito nas mulheres,  porque […] são as melhores gestoras que existem e nós continuamos a  apostar nelas”, declarou. 

O Chefe do Estado aproveitou também para sublinhar que não  haverá desenvolvimento sem paz e segurança, lembrando o  terrorismo em Cabo Delgado e apelando à solidariedade africana.  Recordou, igualmente, o contributo da Argélia na luta de libertação  de Moçambique, onde foram treinados os primeiros combatentes. “O  futuro de África será construído por nós. Se não formos nós a construir o  futuro do continente africano, ninguém vai construir por nós”, afirmou. 

No fim do seu discurso, o Presidente Daniel Chapo apelou à unidade e  à resiliência dos povos africanos para transformar a zona de comércio  livre continental numa realidade concreta.

Fonte: O País

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