O Presidente da República, Daniel Chapo, afirmou no final da sua participação na COP30, em Belém, que a Cimeira constituiu “uma ocasião para renovar o nosso compromisso com a agenda sobre o clima e reforçar a aproximação com outros líderes”, sublinhando que Moçambique sai do encontro global com resultados tangíveis tanto no plano multilateral como no bilateral.
O Chefe de Estado começou por agradecer à comunicação social que acompanhou a visita presidencial desde o primeiro dia, destacando que a cidade amazónica se transformou num espaço de convergência entre líderes mundiais, cientistas, sociedade civil e sector privado para discutir “o futuro do planeta e definir acções concretas face às mudanças climáticas”.
Nas três intervenções que realizou durante a Cimeira (na plenária, na sessão sobre Clima e Natureza: Florestas e Oceanos, e no painel sobre 10 anos do Acordo de Paris), o Presidente moçambicano reforçou a necessidade de maior determinação global.
“Apesar dos avanços alcançados nas últimas três décadas, o mundo precisa de empreender mais esforços para construir maior resiliência e assegurar a vida de todos ecossistemas no planeta”, afirmou o Chefe do Estado na plenária da COP30.
Na sessão temática dedicada às florestas e aos oceanos, reiterou a centralidade do capital natural moçambicano.
“As florestas e o oceano representam a base da sobrevivência das comunidades, o motor da economia, a âncora da segurança alimentar e a chave da nossa resiliência climática”, disse, sublinhando ser pertinente haver um compromisso colectivo de proteger as florestas, o mar, os oceanos e os ecossistemas costeiros para promover uma exploração responsável e sustentável”, acrescentou.
O Presidente da República explicou que Moçambique definiu cinco objectivos fundamentais para a sua participação na Cimeira, nomeadamente: promover o país como centro energético de fontes renováveis, alinhado com uma transição energética justa, e renovar os compromissos no quadro do Acordo de Paris, valorizando a agenda climática no actual ciclo de governação.
Acrescentou que o país pretende partilhar as acções em curso de adaptação, mitigação e resiliência; mobilizar recursos financeiros e tecnologias para a implementação das políticas climáticas; e defender os interesses de África na gestão de riscos de desastres, tendo Moçambique o papel de Campeão da União Africana nesta área.
À margem da COP30, o Chefe do Estado manteve diversas reuniões destinadas a fortalecer parcerias.
Com o Presidente Luís Inácio Lula da Silva, discutiu-se a retoma da cooperação em sectores de impacto socioeconómico, com destaque para agricultura, saúde, transportes, logística, infra-estruturas e recursos naturais. O estadista destacou ainda que o Presidente Lula aceitou o convite para visitar Moçambique.
Com o Primeiro-Ministro da Irlanda, Michael Martin, Chapo reiterou o interesse mútuo de fortalecer a cooperação económica e agradeceu o facto de Moçambique continuar a ser um dos países prioritários na estratégia irlandesa de cooperação .
No encontro com o Primeiro-Ministro da Holanda, Dick Schoof, o governante moçambicano recordou que os dois países celebram este ano o 50.º aniversário das relações diplomáticas, coincidindo com o Jubileu de Ouro da Independência de Moçambique. Sublinhou a necessidade de aproveitar as oportunidades económicas e de investimento oferecidos por Moçambique, associadas à experiência e capacidade financeira holandesa.
A agenda presidencial incluiu igualmente encontros com actores económicos de relevo. Com Sidi Ould Tah, novo Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), o Presidente da República manifestou a disponibilidade do Governo para “dar seguimento aos projectos e programas acordados” e convidou o dirigente a visitar Moçambique.
Reuniu-se ainda com Francisco Vervloet, da Petrobras, para explorar oportunidades de cooperação com uma das maiores empresas mundiais de exploração e refinação de petróleo e gás, reconhecendo a “longa e excelente experiência” da companhia brasileira no sector.
No balanço final, o Presidente Chapo sublinhou que a presença em Belém cumpriu integralmente os objectivos definidos.
“A avaliação que fazemos da nossa participação na Cimeira é bastante positiva, onde reforçamos o nosso compromisso com a agenda do clima, fortalecemos relações bilaterais e demos novo impulso à diplomacia económica do país”.