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Wednesday, September 17, 2025
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PRECE 2025–2029: Um Roteiro Para Recuperar E Reerguer A Economia Moçambicana

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>É “uma resposta estratégica aos desafios de hoje, mas sobretudo uma plataforma para construir a prosperidade de amanhã” – Salim Valá

Moçambique dá um passo decisivo na definição da sua agenda económica ao aprovar o Plano de Recuperação e Crescimento Económico (PRECE) 2025–2029, concebido para enfrentar vulnerabilidades conjunturais, corrigir desequilíbrios estruturais e colocar o país numa rota de crescimento consistente, competitivo e inclusivo. O Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, sublinhou que o PRECE é “uma resposta estratégica aos desafios de hoje, mas sobretudo uma plataforma para construir a prosperidade de amanhã”.

O PRECE surge num contexto em que Moçambique enfrenta múltiplos desafios: inflação persistente impulsionada por choques de preços externos; pressão sobre a balança de pagamentos; vulnerabilidade climática que afecta a produção agrícola e a infraestrutura; e dificuldades de acesso ao crédito e ao investimento privado. Ao mesmo tempo, o país dispõe de oportunidades associadas à exploração de gás natural, ao potencial agrícola, ao dinamismo da juventude e à integração regional.

Recuperação imediata e estabilização macroeconómica
Uma das prioridades do PRECE é assegurar medidas de curto prazo que consolidem a estabilidade macroeconómica e criem confiança. Incluem-se mecanismos de contenção da inflação, reforço da gestão das finanças públicas e apoio imediato a sectores críticos como a agricultura, energia e transportes.
“Não podemos falar de crescimento sustentável sem uma base de estabilidade macroeconómica. O PRECE coloca esse objetivo no centro, para que as famílias sintam alívio no seu dia-a-dia e as empresas encontrem um ambiente mais previsível para investir”, afirmou Salim Valá.

Industrialização e diversificação produtiva
O plano reconhece que a dependência excessiva de matérias-primas e exportações primárias limita a resiliência económica. Por isso, prioriza a industrialização, o desenvolvimento de cadeias de valor locais e a dinamização de sectores transformadores, como agro-indústria, energia, logística e economia azul.
“A diversificação não é apenas uma aspiração; é uma necessidade para reduzir vulnerabilidades e gerar empregos de qualidade. O PRECE aposta em sectores que podem transformar a estrutura produtiva e dar maior valor acrescentado às exportações”, destacou o Ministro.

Estímulo ao investimento privado e parcerias estratégicas
Ciente de que o sector público sozinho não pode suportar a agenda de crescimento, o PRECE introduz mecanismos para atrair capital privado, incluindo incentivos fiscais, reformas regulatórias e parcerias público-privadas em áreas como infraestrutura, energias renováveis e habitação. A criação de fundos de garantia e instrumentos financeiros inovadores está igualmente prevista para melhorar o acesso das PME ao crédito.
“O investimento privado é o motor do crescimento. Queremos criar as condições para que o capital nacional e estrangeiro encontre em Moçambique não apenas oportunidades, mas também segurança e previsibilidade”, observou Valá.

Inclusão social e capital humano
O plano coloca forte ênfase na criação de emprego e no fortalecimento do capital humano, com medidas orientadas para jovens e mulheres. Programas de capacitação técnica, educação digital, apoio a empreendedores e promoção de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) são centrais para assegurar que os frutos do crescimento sejam amplamente partilhados.
“O crescimento só terá sentido se for inclusivo. O PRECE é claro ao colocar as pessoas no centro, investindo no capital humano e promovendo oportunidades para os grupos mais vulneráveis”, disse o Ministro.

Resiliência climática e inovação tecnológica
Com um país recorrentemente afectado por ciclones, cheias e secas, o PRECE incorpora a agenda climática como prioridade transversal. Medidas de adaptação, promoção de agricultura resiliente, investimento em energias limpas e integração da digitalização na economia são apontadas como fundamentais para reduzir riscos e aumentar a competitividade.
“Transformar o risco climático em oportunidade de inovação é um dos grandes desígnios do plano. Não podemos crescer ignorando a realidade das alterações climáticas”, sublinhou Valá.

Execução e governança
Para garantir a eficácia, o PRECE prevê mecanismos claros de monitoria e avaliação, relatórios periódicos e coordenação multissectorial liderada pelo Ministério da Planificação e Desenvolvimento, em articulação com sectores estratégicos. O sucesso dependerá da disciplina fiscal, da boa governação e do compromisso de todos os actores económicos.

Perspetiva de futuro

Com um horizonte até 2029, o PRECE está alinhado com a Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE 2025–2044), integrando ainda os compromissos da Agenda 2030 da ONU e da Agenda 2063 da União Africana. Trata-se de uma plataforma que visa reposicionar Moçambique no contexto regional e global, reforçando a sua credibilidade junto de parceiros e investidores.

“O PRECE não é um documento estático; é um roteiro vivo que orientará o nosso esforço colectivo para transformar a economia moçambicana. Queremos um país que cresce de forma consistente, resiliente e inclusiva, para que cada cidadão possa acreditar num futuro melhor”, concluiu o Ministro da Planificação e Desenvolvimento.

Fonte: O Económico

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