Preços do petróleo permanecem estáveis com mercados a reagir ao plano de Trump para aumentar produção nos EUA

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Os preços do petróleo mantiveram-se praticamente inalterados durante as negociações asiáticas desta terça-feira, 21 de Janeiro, enquanto os investidores digerem as medidas anunciadas pelo presidente Donald Trump. O foco recai sobre a aplicação de novas tarifas comerciais e o plano para aumentar a produção de petróleo e gás nos Estados Unidos, temas que têm gerado cautela nos mercados globais.

Os futuros do Brent registaram uma leve queda de 1 centavo, ou 0,01%, para US$ 80,14 por barril às 04h05 GMT, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI), para entrega em Março, caiu 60 cêntimos, ou 0,78%, sendo negociado a US$ 76,79 por barril. Esta estabilidade segue um feriado nos EUA, na segunda-feira, que limitou liquidações no mercado.

Impacto das tarifas comerciais de Trump

O presidente Donald Trump, que iniciou recentemente o seu segundo mandato, anunciou que as tarifas de 25% sobre o México e o Canadá, inicialmente prometidas para o primeiro dia de mandato, poderão ser implementadas apenas a partir de 1 de Fevereiro. Este adiamento gerou uma sensação inicial de alívio nos mercados, mas foi rapidamente substituído por preocupações de longo prazo sobre o impacto das tarifas no comércio global de petróleo.

As exportações de petróleo do Canadá, que são quase exclusivamente direcionadas para os EUA, poderiam enfrentar custos mais elevados devido às tarifas adicionais. De acordo com Vivek Dhar, analista do Commonwealth Bank, as sanções americanas contra o crude canadiano podem agravar ainda mais os custos, impactando directamente o mercado.

Aumento da produção de petróleo nos EUA

Trump anunciou um plano ambicioso para acelerar o licenciamento de petróleo, gás e energia, com o objectivo de maximizar a já recorde produção energética dos Estados Unidos. Este movimento, conhecido como “drill baby drill”, tem o potencial de aumentar a oferta global de petróleo, pressionando os preços num contexto de já fraca procura global.

Adicionalmente, o presidente americano indicou que o governo “provavelmente” cessará a compra de petróleo da Venezuela, reforçando as tensões económicas e políticas com o país sul-americano. Os EUA são o segundo maior comprador de petróleo venezuelano, o que torna essa decisão relevante para os fluxos comerciais globais.

Interrupções na produção e perspectivas futuras

Nos Estados Unidos, o frio extremo afectou a produção no Dakota do Norte, com uma redução estimada entre 125.000 e 150.000 barris por dia, devido a dificuldades operacionais. Essa interrupção temporária destaca a vulnerabilidade das operações petrolíferas a factores climáticos.

Por outro lado, Trump prometeu reabastecer as reservas estratégicas de petróleo dos EUA, uma medida que pode gerar uma maior procura no mercado interno, oferecendo suporte temporário aos preços.

Os mercados de petróleo enfrentam um cenário de incertezas, com os comerciantes a monitorizar os desdobramentos das políticas comerciais e energéticas dos EUA. Enquanto o aumento da produção americana pode pressionar os preços, factores como as interrupções na produção e as mudanças nas reservas estratégicas podem oferecer contrapartidas positivas. A era Trump continua a ser marcada pela volatilidade, sendo que os impactos de longo prazo destas políticas permanecem incertos.

Fonte: O Económico

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