Os mercados globais de petróleo mantiveram-se relativamente estáveis na quarta-feira, 22 de Janeiro, com os futuros do Brent a registarem uma leve subida de 9 centavos para US$ 79,38 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) aumentou apenas 1 centavo, para US$ 75,84. Este comportamento reflete a avaliação dos investidores sobre o impacto das políticas energéticas da administração Trump 2.0.
Declaração de emergência energética e planos tarifários
O Presidente Donald Trump anunciou, no seu primeiro dia de mandato, uma emergência energética nacional, com medidas destinadas a acelerar o licenciamento de projetos de petróleo e gás, reverter regulações ambientais e retirar os EUA do Acordo de Paris. Estas decisões, embora destinadas a maximizar a produção doméstica, ainda não provocaram uma reação significativa nos mercados, devido à incerteza sobre os efeitos de longo prazo.
Entre as ações planejadas, destaca-se a proposta de reabastecer as reservas estratégicas de petróleo dos EUA. No entanto, analistas do Morgan Stanley questionaram o impacto real dessa medida, uma vez que a administração anterior já havia iniciado este processo. Também permanecem dúvidas sobre o efeito das potenciais tarifas de 25% sobre importações de países como o Canadá e o México, que Trump anunciou para 1º de Fevereiro.
Impactos climáticos e produção de petróleo
Enquanto isso, uma rara tempestade de inverno atingiu a costa do Golfo, provocando queda na produção de petróleo no Dakota do Norte entre 130.000 e 160.000 barris por dia (bpd), segundo a autoridade de oleodutos do estado. No Texas, as operações sofreram impactos mínimos, com poucos cortes de energia e interrupções limitadas nos fluxos de gás natural.
As condições climáticas adversas também limitaram o transporte e a distribuição de combustíveis, mas os stocks elevados de gasolina ajudaram a mitigar os efeitos nos consumidores. Entretanto, Trump indicou a possibilidade de suspender importações de petróleo da Venezuela, um movimento que poderia impactar significativamente o mercado, dada a posição deste país como um dos principais fornecedores de petróleo para os EUA.
Perspectivas para os mercados de energia
Especialistas, como Yeap Jun Rong, estratega da IG, destacaram que os investidores ainda estão a digerir os sinais mistos das políticas de Trump 2.0. Apesar de uma posição mais agressiva em relação à produção interna, as medidas tarifárias e a declaração de emergência energética sugerem uma abordagem que prioriza negociações comerciais mais amplas.
As próximas semanas serão cruciais para avaliar se estas políticas resultarão em um aumento substancial na produção e na estabilidade dos mercados de energia. Com a combinação de desafios climáticos e estratégias comerciais, os mercados devem permanecer atentos às decisões vindouras da administração americana.
O futuro do petróleo em um cenário de incertezas
Embora os preços do petróleo permaneçam estáveis, as políticas energéticas de Trump 2.0 estão a criar uma atmosfera de incerteza nos mercados. A resposta dos investidores será moldada pela capacidade do governo em equilibrar a maximização da produção doméstica com os desafios globais e climáticos. A evolução dessas medidas determinará o impacto a longo prazo no setor energético.
Fonte: O Económico
