Preços do petróleo sobem com receios sobre oferta dos EUA e Rússia; mercado aguarda clareza nas negociações com a Ucrânia

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Os preços do petróleo registaram uma nova valorização esta quarta-feira, impulsionados por preocupações com interrupções no fornecimento tanto nos Estados Unidos como na Rússia. Além disso, os mercados aguardam sinais mais concretos sobre as negociações de paz entre Moscovo e Kiev, o que poderá influenciar diretamente as sanções ao petróleo russo.

Os futuros do Brent avançaram 14 cêntimos (0,2%), atingindo 75,98 dólares por barril às 04h50 GMT, marcando o terceiro dia consecutivo de ganhos. Já os futuros do West Texas Intermediate (WTI) para Março subiram 16 cêntimos (0,2%), para 72,01 dólares, uma valorização de 1,8% em relação ao fecho da última sexta-feira.

“O nível psicologicamente importante de 70 dólares parece ter-se mantido firme, sustentado pelo ataque de drones ucranianos a uma estação de bombagem de petróleo russa e pelos receios de que o clima frio nos EUA possa reduzir a oferta”, disse Tony Sycamore, analista de mercado da IG.

Ataques na Rússia e impacto no abastecimento global

A Rússia confirmou que os fluxos de petróleo através do Consórcio do Oleoduto do Cáspio (CPC), uma das principais vias de exportação de crude do Cazaquistão, foram reduzidos entre 30% e 40% na terça-feira, após um ataque de drones ucranianos. Estima-se que este corte represente a perda de cerca de 380.000 barris por dia, o que pode pressionar ainda mais os preços globais da matéria-prima.

Nos Estados Unidos, a produção também enfrenta desafios. A North Dakota Pipeline Authority prevê que a produção no terceiro maior estado produtor do país possa cair até 150.000 barris por dia, devido ao clima frio extremo.

Negociações EUA-Rússia e impacto nas sanções

A administração do Presidente norte-americano Donald Trump confirmou que manterá novas negociações com a Rússia para tentar encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia. Um possível acordo poderia resultar no alívio das sanções sobre as exportações russas de petróleo, removendo algumas barreiras que têm impactado o mercado energético global.

Contudo, analistas do Goldman Sachs alertam que um eventual levantamento das sanções não deverá aumentar significativamente os fluxos de petróleo russo, já que a sua produção está limitada pela meta da OPEP+ de 9 milhões de barris por dia, e não apenas pelas sanções ocidentais.

Outros factores que podem influenciar o mercado

Além da questão energética, os mercados também estão atentos às tensões comerciais nos EUA. Trump anunciou que pretende impor tarifas de 25% sobre os automóveis importados, além de novos direitos sobre semicondutores e produtos farmacêuticos. Caso implementadas, estas medidas poderão impactar a economia global, aumentando o custo dos bens de consumo e potencialmente reduzindo a procura por combustíveis.

Entretanto, no Médio Oriente, Israel e o Hamas iniciaram conversações indiretas sobre uma segunda fase do cessar-fogo em Gaza, um desenvolvimento que pode trazer alguma estabilidade adicional ao mercado energético da região.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>O cenário global segue volátil, com os investidores atentos a novos desenvolvimentos que possam influenciar a oferta e a procura no sector petrolífero.

Fonte: O Económico

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