Resumo
O Presidente de Moçambique participa na 30.ª Cimeira dos Líderes Mundiais sobre Acção Climática em Belém do Pará, Brasil, defendendo a justiça climática, a preservação das florestas e oceanos, e o financiamento sustentável para os países do Sul Global. Moçambique, país vulnerável às mudanças climáticas, compromete-se com a transição energética e exige mais responsabilidade internacional no financiamento da adaptação climática. O Presidente participa em painéis sobre florestas, oceanos e financiamento climático, defendendo políticas integradas que conciliem crescimento económico e sustentabilidade ambiental. Moçambique destaca a importância de mecanismos de compensação financeira justos e apela à simplificação dos critérios de elegibilidade para financiamento internacional, reforçando a necessidade de responsabilidades comuns mas diferenciadas na luta contra as alterações climáticas.
O Chefe do Estado moçambicano participa, de 5 a 8 de Novembro, na 30.ª Cimeira dos Líderes Mundiais sobre Acção Climática, que decorre em Belém do Pará, Brasil, levando a voz de Moçambique à defesa da justiça climática, da preservação das florestas e oceanos, e do financiamento sustentável para os países do Sul Global.
Moçambique participa na 30.ª Cimeira dos Líderes Mundiais sobre Acção Climática (COP30), que decorre até 8 de Novembro em Belém do Pará, no Brasil. O Presidente Daniel Francisco Chapo leva à conferência a mensagem de um país altamente vulnerável às mudanças climáticas, mas determinado a contribuir para a transição energética e a exigir maior responsabilidade internacional no financiamento da adaptação climática.
Belém do Pará: Moçambique Entre os Defensores do Clima Global
A COP30, organizada sob a égide das Nações Unidas, reúne líderes mundiais, cientistas, activistas e representantes da sociedade civil para discutir medidas concretas de mitigação e adaptação climática. O Presidente Daniel Chapo participa em dois painéis centrais — “Clima e Natureza: Florestas e Oceanos” e “10 Anos do Acordo de Paris: Contribuições Nacionalmente Determinadas e Financiamento” — reafirmando o compromisso de Moçambique com uma agenda climática equilibrada, assente na preservação dos ecossistemas e no desenvolvimento sustentável.
O país, que possui uma das maiores costas do continente africano e vastas áreas de florestas tropicais, é simultaneamente depositário de recursos ambientais estratégicos e uma das nações mais expostas aos impactos das alterações climáticas, desde secas e inundações até ciclones tropicais recorrentes.
Florestas, Oceanos e Financiamento Climático em Debate
Nos painéis de debate, o Chefe do Estado irá reforçar a importância de políticas integradas que conciliem crescimento económico e sustentabilidade ambiental. Moçambique defende que a preservação das florestas e oceanos deve ser acompanhada de mecanismos de compensação financeira justos, que reconheçam o esforço dos países em desenvolvimento na conservação dos recursos naturais globais.
A discussão sobre financiamento climático assume relevo particular. Dez anos após a assinatura do Acordo de Paris, os países do Sul Global continuam a enfrentar dificuldades no acesso a fundos destinados à adaptação e mitigação. Daniel Chapo deverá reiterar o apelo à operacionalização plena do Fundo de Perdas e Danos, aprovado na COP28, e à simplificação dos critérios de elegibilidade para financiamento internacional.
Justiça Climática e Responsabilidade Compartilhada
Moçambique tem sido uma das vozes africanas mais consistentes na defesa do princípio de responsabilidades comuns mas diferenciadas, reconhecido no quadro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC).
A justiça climática, sublinhou o Governo em comunicados anteriores, deve traduzir-se em solidariedade real, com compromissos de financiamento previsíveis e acessíveis, especialmente para países com menor pegada carbónica mas maior vulnerabilidade ambiental.
Neste contexto, a delegação moçambicana propõe-se também sublinhar as oportunidades de cooperação regional para a gestão sustentável de bacias hidrográficas, a expansão das energias renováveis e a valorização económica dos serviços ambientais.
Transição Energética e Oportunidades para Moçambique
Para Moçambique, a COP30 constitui igualmente uma oportunidade estratégica para posicionar o país como actor emergente na transição energética, aproveitando o potencial de gás natural, energia hídrica e fontes renováveis.
O Governo aposta num modelo de crescimento verde que combine industrialização inclusiva com redução de emissões, mobilizando investimento para infra-estruturas resilientes e tecnologias limpas.
O Presidente Daniel Chapo faz-se acompanhar por uma delegação ministerial composta por Maria Manuela dos Santos Lucas (Negócios Estrangeiros e Cooperação), Roberto Mito Albino (Agricultura, Ambiente e Pescas) e Américo Muchanga (Comunicações e Transformação Digital), entre outros altos quadros do Estado, demonstrando o carácter transversal da política climática moçambicana.
Compromisso com o Futuro Sustentável
Ao intervir em Belém, Daniel Chapo reforça o papel de Moçambique como parceiro activo na agenda climática global, destacando que a luta contra as mudanças climáticas deve ser acompanhada de oportunidades económicas, emprego e inclusão social.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Com uma visão assente em crescimento sustentável e justiça intergeracional, o país pretende que as decisões da COP30 sirvam de catalisador para acelerar investimentos na economia verde e na resiliência das comunidades.
Fonte: O Económico






