Durante um evento paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas, Gueta Chapo destacou o impacto desproporcional dessas crises sobre o continente africano e a resiliência demonstrada pelas mulheres moçambicanas, que frequentemente lideram famílias e comunidades em meio a adversidades.
No seu discurso, a Primeira-Dama enfatizou que as mudanças climáticas não respeitam fronteiras, afectando a África de maneira particular, com consequências como a insegurança alimentar, deslocamentos forçados e conflitos.
“Estas realidades exigem de nós mais do que palavras – exigem acção colectiva, coordenada e urgente”, afirmou, ressaltando o papel de liderança e inovação das mulheres em Moçambique, especialmente as que vivem nas áreas mais afectadas por ciclones, secas e cheias.
Gueta Chapo sublinhou que o empoderamento feminino é uma das estratégias mais eficazes para a adaptação climática e para a prevenção de conflitos. Detalhou o trabalho que tem desenvolvido no país para garantir o acesso à educação, saúde, capacitação económica e protecção contra a violência para mulheres e meninas.
A Primeira-Dama apelou à comunidade internacional, incluindo governos, sector privado, sociedade civil e organizações internacionais, para que reforce o compromisso de investir em programas que protejam os direitos das mulheres e meninas. O objectivo, segundo Gueta Chapo, é “ampliar a sua participação nos processos de tomada de decisão e assegurar a sua inclusão nas políticas de adaptação climática e de paz”.
A resiliência, na visão da Primeira-Dama, vai além da capacidade de resistir. É a possibilidade de “transformar adversidades em oportunidades”, garantindo que as mulheres e meninas africanas sejam “protagonistas de um futuro mais verde, pacífico e próspero”.
Abordando o tema dos conflitos, a Primeira-Dama lamentou o “impacto devastador das crises sociopolíticas em África”, que atingem desproporcionalmente mulheres e meninas. A experiência de Moçambique com o terrorismo e a instabilidade, que provoca deslocamentos e destruição comunitária, serve de alerta.
“As mulheres, que deveriam ser protagonistas do desenvolvimento, tornam-se frequentemente alvos de violência e privação, enquanto as raparigas vêem interrompidos os seus estudos e sonhos”, disse.
Gueta Chapo realçou a importância da resposta a essas crises ir além da assistência imediata. Defendeu a incorporação de estratégias de prevenção, diálogo inclusivo e reconstrução comunitária, com a voz feminina no centro das discussões para “restaurar a dignidade e garantir uma paz duradoura”.
A terminar o seu discurso, a Primeira-Dama expressou o seu reconhecimento à Organização das Primeiras-Damas de África para o Desenvolvimento (OAFLAD) pela liderança na realização do evento.
Fonte: O País