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Wednesday, October 22, 2025
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Produção de Alumínio da Mozal Sobe 3% no 3.º Trimestre, Mas Incerteza Energética Ameaça Continuidade

Mozal cresce 3% no 3T25; guidance mantido e continuidade pós-março/2026 depende de acordo de fornecimento eléctrico.

Produção Trimestral e Guidance

A australiana South32 reportou um aumento de 3% na produção vendável de alumínio da Mozal, em Moçambique, atingindo 93 mil toneladas no trimestre findo em Setembro de 2025. O crescimento ocorre apesar das incertezas no fornecimento de energia e num contexto de operação próxima da capacidade técnica máxima.

O guidance para o exercício fiscal de 2026 mantém-se em 240 mil toneladas, baseado na continuidade das operações até Março de 2026, data de expiração do contrato de fornecimento eléctrico.

“Sem o fornecimento de electricidade necessário, prevemos colocar a Mozal em regime de manutenção no final do actual acordo”, informou a empresa no comunicado divulgado aos mercados.

Risco Energético e Estrutura de Fornecimento

A South32 mantém negociações com o Governo moçambicano, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) e a Eskom para garantir energia eléctrica “suficiente e a preços competitivos”. A Eskom compra cerca de 66% da energia produzida pela HCB e revende parte à Mozal, um modelo considerado financeiramente insustentável pelo Executivo moçambicano.

A decisão de Agosto de suspender o revestimento das cubas deveu-se à incerteza sobre o fornecimento energético após Março de 2026. Sem acordo, a Mozal poderá entrar em care and maintenance, preservando activos, mas interrompendo a produção industrial.

Alumínio na África Austral: Desempenho Mozal vs. Hillside

A Mozal Aluminium, em Beluluane, e a Hillside Aluminium, em Richards Bay (África do Sul), representam as duas principais operações de alumínio da South32 na África Austral.

Enquanto a Mozal cresceu 3%, a Hillside registou 1% de aumento, para 181 mil toneladas, com a fundição “a testar a sua capacidade técnica máxima”. O guidance da Hillside mantém-se em 720 mil toneladas anuais, consolidando o peso da região na estratégia global da South32.

Manganês e Cobre: Contributo Para o Fluxo de Caixa

A produção de manganês caiu 7%, para 551 mil toneladas métricas húmidas, devido a obras de desenvolvimento subterrâneo na mina de Wessels, no Cabo Setentrional, África do Sul. Apesar disso, o guidance anual mantém-se em 2 milhões de toneladas.

Já a produção de cobre na mina de Sierra Gorda, no Chile, subiu 12%, impulsionada por teores mais altos e maior produção de molibdénio, o que garantiu distribuições líquidas de 81 milhões de dólares no trimestre.

“Mantemos o foco em estabilidade operacional e na captura de oportunidades num ciclo de metais básicos favorável”, afirmou o CEO da South32, Graham Kerr.

Liquidez, Alocação de Capital e Transição Energética

No trimestre, a South32 reportou queda de 59 milhões de dólares na posição líquida de caixa, fixando-a em 64 milhões. Apesar disso, a empresa reforçou os investimentos no projecto Hermosa, nos Estados Unidos, e manteve 117 milhões de dólares em distribuições líquidas provenientes dos investimentos em manganês e cobre.

A empresa publicou, em Agosto, o segundo plano de acção climática, com foco em redução de emissões operacionais, resiliência física das unidades industriais e reorientação do portefólio para a transição energética e os metais críticos.

Implicações Para Moçambique: PIB, Exportações e Emprego

A Mozal Aluminium, responsável por cerca de 3% do PIB moçambicano e quase metade do consumo eléctrico nacional, continua a ser um activo industrial crítico para o país.

O aumento da produção no terceiro trimestre demonstra robustez operacional, mas a ausência de um novo acordo energético com a HCB e a Eskom representa um risco sistémico para a economia moçambicana.

Uma eventual paragem das operações afectaria directamente o emprego de mais de 5.000 trabalhadores, reduziria as exportações de alumínio — um dos principais produtos da balança comercial — e fragilizaria o sector industrial no curto prazo.

Outlook e Catalisadores

A continuidade operacional da Mozal depende de três factores principais:

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Os analistas preveem que a South32 manterá disciplina de investimento e foco na rentabilidade, enquanto Moçambique enfrenta o desafio de equilibrar soberania energética e competitividade industrial.

Fonte: O Económico

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