27.1 C
New York
Tuesday, November 18, 2025
InícioEconomiaQualidade Impõe-Se Como Novo Determinante da Competitividade Empresarial em Moçambique

Qualidade Impõe-Se Como Novo Determinante da Competitividade Empresarial em Moçambique

Resumo

Da hotelaria aos portos, a certificação e normalização tornaram-se cruciais para a sobrevivência económica em Moçambique, trazendo benefícios em segurança, reputação e eficiência. Na 2.ª Conferência Nacional da Qualidade em Maputo, ficou evidente que a qualidade é agora um pilar da competitividade empresarial no país. O setor do turismo já possui 81 normas específicas para elevar o padrão dos serviços, mas ainda enfrenta reclamações e perdas económicas que prejudicam a competitividade. Gilberto Unguana destaca a importância da qualidade para superar expectativas e posicionar Moçambique como um destino de referência. A falta de cumprimento das normas compromete a reputação dos operadores turísticos. Nos portos, a certificação tem reduzido acidentes e provocado mudanças culturais nas organizações.

<

p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Da hotelaria aos portos, operadores defendem que certificação e normalização deixaram de ser opcionais e tornaram-se factores críticos de sobrevivência económica, com ganhos já visíveis em segurança, reputação e eficiência.

Quando, esta segunda-feira, teve lugar em Maputo a 2.ª Conferência Nacional da Qualidade, ficou claro que a qualidade deixou de ser uma simples referência normativa e passou a afirmar-se como eixo estratégico da competitividade empresarial em Moçambique. O consenso entre governantes, operadores turísticos, gestores portuários e consultores foi inequívoco: certificação, normalização e conformidade são agora instrumentos essenciais de produtividade, sustentabilidade e acesso a mercados mais exigentes.

Turismo Procura Afirmar-se Entre Normas Avançadas e Perdas Persistentes

O Instituto Nacional de Normalização e Qualidade revelou que o sector do turismo já conta com 81 normas específicas, abrangendo alojamento, restauração, operadores turísticos e agências de viagens, parte delas enquadradas nos regulamentos aprovados entre 2022 e 2023. Estas normas representam um avanço importante na elevação do padrão do serviço turístico nacional.

No entanto, apesar do quadro normativo robusto, persistem reclamações, inconsistências na experiência do visitante e perdas económicas que continuam a penalizar a competitividade do sector. Gilberto Unguana sintetizou este desafio ao afirmar que a qualidade é hoje crucial para superar expectativas, assegurar confiança e posicionar o destino Moçambique como referência na região. Para os operadores, a falta de cumprimento sistemático das normas ainda compromete a reputação e limita o potencial de crescimento num dos sectores mais estratégicos da economia.

Nos Portos, Certificação Reduz Acidentes e Altera Culturas Organizacionais

O sector portuário apresentou uma das evidências mais tangíveis dos benefícios da certificação. Nos Terminais do Norte, a adopção da norma ISO 45001 provocou uma transformação profunda nos sistemas de saúde e segurança ocupacional, traduzida numa redução superior a 50% dos acidentes de trabalho entre 2023 e 2024. O número de incidentes caiu de 81 para 38, resultado de um conjunto de melhorias que incluiu a reabilitação do Porto de Nacala, a introdução de pórticos modernos, o reforço dos mecanismos de controlo de equipamentos e a disciplina na utilização de equipamentos de protecção individual.

Para Bibi Ibrahimo, esta evolução representa mais do que cumprimento normativo: constitui uma mudança comportamental significativa. Cerca de 90% dos acidentes derivavam de actos inseguros, uma realidade que se alterou com formação contínua e com uma liderança comprometida com a cultura de segurança. Os ganhos operacionais e reputacionais são hoje inequívocos e demonstram que certificação e eficiência caminham lado a lado quando existe envolvimento institucional.

Laboratórios e Inspecção: A Fragilidade Estrutural que Compromete Todo o Sistema

Nem todos os sectores avançam à mesma velocidade. Para o consultor Ricardo Velho, director-geral da Insight, os laboratórios e os serviços de inspecção continuam a ser os pontos mais frágeis da infra-estrutura nacional da qualidade. Segundo o especialista, muitas empresas reconhecem a importância da certificação, mas encontram dificuldades práticas em cumprir requisitos por limitações financeiras, falta de literacia técnica e ausência de serviços de apoio adequados.

Na construção civil, Velho defende que a certificação ISO 45001 deveria ser obrigatória, dada a prevalência de irregularidades e a necessidade urgente de melhorar processos, segurança e responsabilidade empresarial. Para o consultor, a competitividade não pode ser dissociada da conformidade, e o atraso estrutural nos serviços laboratoriais e de inspecção continua a comprometer cadeias de valor inteiras.

Da hotelaria aos portos, passando pela construção civil e pela indústria, a conferência terminou com um consenso transversal: Moçambique só será competitivo se consolidar uma infra-estrutura nacional de qualidade capaz de suportar padrões internacionais. Mais laboratórios acreditados, serviços de inspecção confiáveis, maior exigência do consumidor e um número crescente de empresas certificadas são hoje condições essenciais para sustentar o “Made in Mozambique” na próxima década. A qualidade deixou definitivamente de ser adorno — tornou-se o novo motor da economia

Fonte: O Económico

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!

- Advertisment -spot_img

Últimas Postagens

Treinamento prático em testes de suscetibilidade antimicrobiana.

Semana Mundial começa nesta terça focando em Resistência Antimicrobiana

0
De 18 a 24 de novembro assinala-se a Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência a Antimicrobianos. A resistência a medicamentos torna as infeções...
- Advertisment -spot_img