Por Alfredo Júnior, em Oran, na Argélia
Depois de vencer a Somália por escasso uma a bola a zero com golo de Geny Catamo apontado aos 5 minutos, Chiquinho Conde traçou um balanço positivo ao longo da campanha.
“Olha, o objetivo foi cumprido, o objetivo para este jogo, porque queríamos muito ganhar, porque vínhamos de um resultado menos bom em casa, contra todas as expectativas, mas sabe a pouco, valeu o sonho de nós ainda podemos conseguir um espaço no play-off, seria fantástico para essa geração, para o povo moçambicano, mas convenhamos dizer que foi uma qualificação bem conseguida, é preciso agora analisar o que correu menos bem, para que de facto nós possamos, todos juntos, alicerçar esforços, para que de facto nós possamos chegar um pouquinho mais longe” disse Chiquinho Conde.
O terceiro lugar e o número de pontos alcançados nesta fase, levam Chiquinho Conde a considerar que o desempenho foi excelente.
“Hoje, terminada a nossa campanha, temos 18 pontos, o que é fantástico. Acho que nem o mais optimista dos adeptos dos Mambas, numa fase inicial, pensaria que nós num grupo onde pudesse estar Argélia, Uganda, Guiné-Conakry, pudéssemos estar metido nos três primeiros lugares. Acho que os jogadores estão muito felizes, estão de parabéns, é um grupo fantástico que vem crescendo, infelizmente não podemos contar com alguns jogadores, alguns jogadores ainda estão a adquirir a sua própria forma, e esses jogos, mais os outros que aí vêm, vão dar um capital enorme de experiência”, referiu o timoneiro dos Mambas.
DEFICIÊNCIAS DO MOÇAMBOLA
Quando abordado o porquê Moçambique não atingiu o segundo lugar, Conde convidou para olhar para dentro do futebol nacional para ter as respostas.
“Nós também temos que parar para pensar e olhar para dentro, o que é que nós fizemos, qual é a preparação que nós fizemos para que conseguíssemos um pouco mais, os jogadores foram inexcedíveis. Se reparar, nós fizemos mais pontos fora do que em casa, e é preciso refletir sobre isso. Volto de novo à temática, que é muito difícil de ganhar no nosso reduto, não sei porquê, mas confesso que soube a pouco, porque se tivéssemos jogado se calhar toda a campanha fora, certamente estaríamos hoje a lutar para igual com a Argélia ou com o Uganda”, comentou o Seleccionador Nacional.
Ao longo das quatro últimas jornadas Chiquinho Conde referiu que os jogos serviriam de preparação para o CAN-2025 e quando questionado sobre se na próxima Data-FIFA iria testar novos jogadores, o seleccionador nacional demonstrou arrogantemente que não nutriu simpatia a essa pergunta colocada pelo LanceMZ.
“Obviamente eu convoco aqueles que fazem parte do nosso núcleo, e é importante que as pessoas comecem a consciencializar que aquilo que nós fizemos muitas vezes foi superação de todas as adversidades que nós temos. Chegar aqui hoje com 18 pontos, isto é fantástico. Há grupos como o da África do Sul, que o primeiro classificado tem 18 pontos”, disse Conde para depois acrescentar “dependo muito das alternativas dos jogadores do Moçambola. Enquanto o campeonato de Moçambola continua assim a conta gotas, torna-se difícil eu poder alterar aquilo que for. Tenho que ficar focado, exclusivamente, com os jogadores que militam fora de Moçambique”, disse Conde.
BRUNO MORREU À NASCENÇA
A uma pergunta de insistência, Conde comentou e atacou o jogador Bruno Wilson por alegadamente ter solicitado viajar em classe executiva do Estado e exigir a titularidade nos Mambas, Conde reagiu de ofensiva afirmando:
“Vocês têm acompanhado todo o processo da Seleção Nacional. Nós já falámos sobre o Bruno Wilson que nunca jogou pela Seleção Nacional. Eu não sei por que é essa pergunta do Bruno Wilson. Ele foi convocado duas vezes. Quis viajar na classe executiva e quer jogar a titular, ponto final. Se o Bruno Wilson quer vir jogar a titular, que nem sequer conhece Moçambique, que nunca jogou em Moçambique, como é que eu vou chamá-lo? Explique-me lá. Então, o Bruno Wilson nos Mambas morreu à nascença, meu caro. Então, se ele não veio nas duas convocatórias, recusou a vir, como é que eu vou convocar um jogador para vir representar a Seleção Nacional se ele não tem comprometimento? Eu acho que vocês fazem esse tipo de observação para provocar. E vocês não estão a fazer um bom trabalho para a nação. Quer dizer, isso que era polémica. Só quem naturalizou não fui eu. Agora, é preciso saber como é que esses jogadores querem vir representar a Seleção Nacional não tem comprometimento, como é que eu vou convocar um jogador que diz que não quer vir porque não vem na classe executiva. Diz que tem que chegar e tem que jogar a titular. Quer que eu convoque ele para ser mais um problema na Seleção Nacional? Pelo amor de Deus, eu acho que vocês deviam levar essa Seleção Nacional ajudar-nos a sonhar”, disse o Seleccionador Nacional.
Fonte: Lance