Resumo
Maputo, a capital de Moçambique, é uma cidade importante a nível político, económico e cultural, mas enfrenta desafios como estradas degradadas, problemas de saneamento e inundações frequentes. A mobilidade urbana é afetada pelas más condições das ruas, prejudicando o transporte público e o desenvolvimento económico. O Conselho Municipal, liderado por Razaque Manhique, tem trabalhado na reabilitação das vias, mas a execução tem sido lenta e de qualidade duvidosa. A criação da Empresa de Infraestruturas de Maputo visava melhorar a gestão das obras, mas os problemas persistem, com buracos a reaparecerem devido à falta de fiscalização e rigor técnico. Os desafios continuam, afetando a vida dos cidadãos com atrasos nos transportes públicos, perda de clientes pelos comerciantes e isolamento de bairros em dias de chuva. A manutenção das estradas deve ir além de inaugurações políticas.
Maputo, capital de Moçambique, é uma cidade de grande dimensão e importância, considerada espelho nacional e internacional pela sua natureza cosmopolita. Reconhecida como principal centro político, económico e cultural do país, acolhendo instituições governamentais, universidades, mercados tradicionais e uma vida urbana intensa. No entanto, por trás da sua beleza e energia, existem estradas degradadas, problemas de saneamento, inundações frequentes e uma pressão crescente sobre os serviços urbanos devido ao aumento populacional.
Em resultado dessas fragilidades, a mobilidade urbana é um dos pontos mais críticos, pois ruas esburacadas e ausência de manutenção robusta comprometem o transporte público, isolam bairros suburbanos e retardam o desenvolvimento económico. É neste cenário que se insere o trabalho do Conselho Municipal e, em particular, de Razaque Manhique, cuja actuação nas reabilitações e demais manutenções das vias, nos distritos de KaMavota, KaMubukwana, KaMaxakeni, Nhlamankulu e KaTembe, tem sido apresentada como resposta às necessidades urgentes da cidade, porém a execução prática mostra-se lenta, irregular e muitas vezes sem qualidade duradoura.
Por conseguinte, a criação da Empresa de Infra-estruturas de Maputo foi uma medida estratégica que demonstra a intenção de profissionalizar e centralizar a gestão das obras, mas até agora não se vê uma mudança significativa na forma como os problemas são resolvidos, pois tapam-se buracos hoje e amanhã eles reaparecem, revelando falta de fiscalização e rigor técnico.
Todavia, é preciso reconhecer que os desafios permanecem. Enquanto o poder municipal foca-se em metas e números, o cidadão comum continua a enfrentar atrasos constantes nos transportes públicos devido às más condições das vias, comerciantes perdem clientes porque os acessos estão degradados e muitos bairros ficam isolados sempre que chove.
A manutenção das estradas não pode ser tratada como espetáculo político de inaugurações que privilegia anúncios e cerimónias em vez de resultados palpáveis e sustentáveis, mas sim como política pública de longo prazo, com transparência nos contratos, responsabilização das empresas e participação das comunidades na definição das prioridades.
Vale destacar que, o esforço de Manhique é um passo importante para transformar Maputo numa capital mais moderna e acessível, contudo se o presidente quer realmente marcar a sua passagem pelo Conselho Municipal, precisa romper a lógica de obras superficiais e assumir um compromisso sério com qualidade, durabilidade e fiscalização das intervenções. Caso contrário, o seu legado será lembrado não pelas estradas que reabilitou, mas pelos buracos que nunca conseguiu tapar de forma definitiva.






