Relatos de Raptos e Extorsão Reacendem o Clima de Medo em Cabo Delgado

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Por: Alfredo Júnior

 

As estradas da província de Cabo Delgado voltam a ser associadas a actos de violência, com relatos de sequestros, extorsão e assaltos protagonizados por grupos armados. Segundo a agência Lusa, o governador provincial, Valige Tauabo, reconheceu recentemente a gravidade da situação, denunciando acções de terroristas que interceptam viaturas, saqueiam bens e raptam passageiros para posterior pedido de resgate.

De acordo com a mesma fonte, as ocorrências têm-se registado principalmente ao longo da Estrada Nacional 380 (N380), no troço que liga Mocímboa da Praia a Macomia, zonas que têm sido marcadas por instabilidade desde o início do conflito armado em Cabo Delgado, em 2017.

Valige Tauabo teria indicado que as autoridades estão a envidar esforços no sentido de travar estas acções, mas reconheceu que os desafios persistem. Os grupos criminosos exigiriam valores que variam entre 200 e 350 mil meticais, segundo relatos de vítimas e operadores económicos citados em diversas reportagens.

A proposta de retomar escoltas militares e reforçar os pontos de segurança ao longo das estradas foi defendida por empresários locais, que temem a paralisação das suas actividades devido ao agravamento do ambiente de insegurança. Ainda de acordo com a imprensa nacional e internacional, a situação tem afectado a circulação de pessoas e mercadorias e gerado impactos negativos na economia local.

Paralelamente, organizações internacionais como a Human Rights Watch e o UNICEF têm alertado para o aumento de rapto de menores por parte de grupos armados. Estimativas recentes, citadas pela agência AP News, indicam que mais de 120 crianças foram  sequestradas, sendo posteriormente utilizadas como combatentes, carregadoras ou vítimas de abuso.

A escalada da violência em Cabo Delgado tem provocado o abandono da província por parte de várias empresas e à retração de investimentos, agravando o clima de insegurança entre os residentes e os agentes económicos

Apesar dos esforços das autoridades moçambicanas e do apoio de forças internacionais, a situação continua instável, sobre tudo nas estradas e nas zonas rurais. A insegurança persistente exige uma resposta coordenada entre o governo, a sociedade civil e os parceiros internacionais, com foco na protecção  das populações e na restruturaçao da confiança económica e social na região

 

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