Emblema da Liga 3 vai defrontar os vila-condenses nos ‘quartos’ da Taça de Portugal. Em conversa com A BOLA, Diogo Barbosa e Edgar Almeida frisam que equipa não tem nada a perder e vai dar tudo para passar. Filipe Macieira, team manager, acredita numa «gracinha» frente aos primodivisionários
A atravessar um momento positivo da época, com uma sequência de oito jogos onde se conta apenas uma derrota, o São João de Ver vai encarar o desafio com o Rio Ave, relativo aos quartos-de-final da Taça de Portugal, com ambição máxima, até porque o grupo quer continuar a fazer história na prova rainha.
O capitão, Diogo Barbosa, revela a A BOLA o objetivo dos ‘mapaleiros’ no duelo em Vila do Conde: «Queremos dar uma boa imagem, tentar mostrar a qualidade individual e coletiva que temos, e disputar o jogo. Não temos nada a perder, temos tudo a ganhar.»
Jogar em casa teria um sabor especial, mas o facto de a partida ser fora de portas não abala a motivação da equipa: «Claro que jogar em casa é sempre diferente, perante os nossos adeptos, é a nossa casa, conhecemos bem o campo, mas seja onde for, vamos entrar para tentar passar a eliminatória.»
Acerca das metas do São João de Ver para o que resta da temporada, o médio de 26 anos frisa que o objetivo principal passa por assegurar a manutenção rapidamente, depois de um começo complicado: «O objetivo desde o início da temporada passa pela manutenção. É isso que estamos à procura. Temos conseguido boas exibições, agora os resultados estão a aparecer, estamos felizes com isto, estamos num bom momento e queremos aproveitar ao máximo.»
O centro-campista, que cumpre a quarta época no clube, lembra que todas as eliminatórias foram marcantes, mas recorda a primeira, frente ao rival Ovarense, numa partida decidida apenas nos penáltis: «São todos marcantes, têm todos a sua história, é sempre um passo e cada vez mais à frente. Foi mais um jogo importante. A verdade é que se calhar de todos os jogos que fizemos na Taça, foi o menos conseguido e aquele em que tivemos mais dificuldades, mas a verdade é que também tivemos oportunidades durante o jogo, que podia não ter chegado aos penaltis. Não tivemos essa felicidade, mas conseguimos vencer no fim.»
Edgar Almeida, sub-capitão do São João de Ver, partilha da visão do colega e realça a vontade do grupo em ultrapassar mais um obstáculo rumo ao Jamor, com o desejo de medir forças com o Sporting nas ‘meias’.
«Já fizemos história. Agora vamos encarar esta eliminatória para vencer, como todas as outras. Sabemos que é difícil, sabemos que a nossa caminhada tem sido gloriosa. Os adeptos estão connosco. Só temos a ganhar.Vamos chegar a Vila do Conde com a mesma imagem que deixamos no campeonato, encarar o jogo para vencer, com ambição, como um grupo forte como somos. É mais uma eliminatória para tentar passar. Não nos damos como vencidos, queremos ir mais longe, temos ambição. E, se possível, passar e apanharmos o Sporting nas meias-finais, a duas mãos. Seria o ideal», admite o defesa-central de 32 anos a A BOLA, ele que está no lote de jogadores mais utilizados esta época (21 jogos), não tendo falhado uma única partida.
Filipe Macieira, team manager dos malapeiros, tem plena convicção de que a equipa da Liga 3 pode fazer frente aos vila-condenses nos quartos-de-final, embora reconheça as dificuldades que um jogo na casa de uma equipa do primeiro escalão acarreta. «Nada é impossível, depois de termos visto o Elvas eliminar o Vitória de Guimarães (2-1) e o Lusitano de Évora deixas pelo caminho duas equipas da primeira Liga (Estoril e Aves SAD). Claro que vai ser difícil, porque o Rio Ave está a jogar em casa. Se fosse aqui a nossa casa, eu diria que teríamos mais hipóteses, mas nada é impossível. Vamos tentar dar mais uma alegria aos nossos adeptos. Vamos fazer uma gracinha na Taça, eu acredito», confessou, em conversa com A BOLA.
Não é apenas dentro das quatro linhas que o São João de Ver tem estado em destaque esta temporada. O projeto ‘Cada um de nós importa!’, promovido pelo clube que milita na Liga 3, integra a lista final de candidatos ao prémio ‘Futebol para todos’, levado a cabo anualmente pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que dotou 50 mil euros para a iniciativa.
A ideia consiste em promover a acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência sensorial, incluindo membros da comunidade surda e da comunidade cega ou com baixa visão, através de iniciativas específicas que eliminem as barreiras sensoriais, entre as quais a tradução da comunicação acessível em Língua Gestual Portuguesa (LGP) em todos os conteúdos oficiais do clube e a criação de camisolas sensoriais adaptadas. De referir que o emblema ‘malapeiro’ lançou, em meados de julho do ano passado, o projeto pioneiro no futebol português, passando a publicar vídeos nas redes sociais com a integração da linguagem gestual.
Promovido anualmente pela Federação Portuguesa de Futebol, o prémio ‘Futebol para todos’ pretende envolver a sociedade civil em temas tão prementes como o combate à discriminação e a promoção da inclusão social através do futebol.
O montante atribuído assume a forma de donativo e terá o valor máximo de 50 mil euros, sendo esse valor parcelado por dois ou mais projetos. A votação do público decorrerá até ao dia 21 de janeiro., sendo que os projetos vencedores serão anunciados no dia 31, numa cerimónia a realizar na Cidade do Futebol, em Oeiras.
Fonte: A Bola