Resumo
A República Democrática do Congo declarou o fim do surto de ébola na província de Kassai, após não terem sido registados novos casos desde 19 de outubro de 2025. O surto, que começou a 4 de setembro, afetou seis áreas de saúde na Zona de Saúde de Bulape, na província de Kasai, resultando em 64 casos e 45 mortes. As autoridades de saúde continuam em alerta para possíveis ressurgimentos e mantêm a vigilância ativa. Mais de 47,5 mil pessoas foram vacinadas contra o ébola, incluindo contactos de casos confirmados e comunidades locais. A resposta rápida e coordenada do Ministério da Saúde, com apoio da Organização Mundial da Saúde e parceiros, foi fundamental para conter o surto numa comunidade rural com recursos limitados.
Embora o surto, iniciado em 4 de setembro, tenha sido declarado encerrado, as autoridades de saúde mantêm a vigilância para identificar e responder rapidamente a qualquer ressurgimento.
As ações no terreno envolvem fornecimento de informações, monitoria da comunidade e apoio aos esforços para reduzir o estigma em relação às pessoas afetadas.
Coordenação rápida e conjunta
O surto afetou seis áreas de saúde na Zona de Saúde de Bulape, província de Kasai: Bambalaie, Bulape, Bulape Com, Dikolo, Ingongo e Mpianga.
Os epicentros foram as áreas de Dikolo e Bulape, que juntas representaram a maioria dos casos e mortes. No total, foram registrados 64 casos, com 53 confirmados e 11 prováveis, e 45 mortes.
O Ministério da Saúde, com apoio da Organização Mundial da Saúde e parceiros, coordenou rapidamente a resposta numa comunidade rural com infraestruturas limitadas. Um plano regional estratégico orientou vigilância, gestão de casos, diagnóstico, vacinação e envolvimento da comunidade, incluindo programas de apoio a sobreviventes.
Vacinação essencial para o combate
Para proteger as comunidades e os profissionais de saúde, mais de 47,5 mil pessoas foram vacinadas contra o ebola, inicialmente pessoas que tiveram contato com casos confirmados e depois comunidades em Bulape e arredores.
A Aliança para as Vacinas, Gavi, apoiou a distribuição das doses provenientes da reserva global. Em parceria com a OMS e o Ministério da Saúde, foi garantido financiamento para a entrega dos imunizantes, apoio logístico e manutenção da cadeia de frio.
Além disso, especialistas da OMS foram destacados para apoiar as autoridades nacionais a ampliar e manter a resposta, enquanto mais de 150 toneladas de suprimentos e equipamentos médicos foram entregues para proteger profissionais de saúde e comunidades.
Vigilância e preparação futura
O país inicia agora um período de 90 dias de vigilância reforçada. As recomendações da OMS incluem fortalecer a vigilância comunitária e nos centros de saúde, garantir atendimento seguro aos pacientes, apoiar a reintegração de sobreviventes e preparar províncias de alto risco e países fronteiriços, com profissionais treinados e instalações equipadas.
Como o ebola é endemico na República Democrática do Congo, surtos futuros são esperados, especialmente devido à movimentação da população entre Bulape e Tshikapa. Lacunas na capacidade de resposta persistem, agravadas por surtos simultâneos de varíola dos macacos, cólera e sarampo, além de desafios econômicos e políticos de longo prazo.
Fonte: ONU






