A empresa enfrenta acusações de violar a Lei de Normas Alimentares e os regulamentos de rotulagem de alimentos.
Conforme indicam documentos judiciais, divulgados a 26 de Fevereiro, os detectives receberam uma denúncia de que a empresa estava a fabricar e distribuir bebidas ilícitas em suas instalações em Rugare.
De acordo com o News Day do Zimbabwe, os investigadores descobriram rótulos em bebidas Tembeya Ginger que não estavam em conformidade com os requisitos legais de rotulagem.
Os rótulos não incluíram explicitamente a frase “adicionado como conservante” antes ou depois da menção de benzoato de sódio, um conservante usado no produto.
Assim, amostras de bebidas de gengibre foram apreendidas das instalações e enviadas para um analista do governo para testes.
O Estado alegou que a distribuição ilegal de bebidas rotuladas indevidamente pela Tembeya poderia enganar os consumidores.
Considera que o Zimbabwe deve confiar nas bebidas de Tembeya Ginger apreendidas e no relatório do analista, como principais exposições para provar o suposto delito.
A fabricante, Tembeya Africa (Pvt) Limited Company, também conhecida como Tembeya (Private) Limited, é representada por um dos seus directores Eric Iradukuda.
Sobre a mesma matéria, o The Zimbabwe Advocate, reportou em Agosto do ano transacto sobre a existência de uma bebida popular designada Tembeya que estava a criar polémica devido a preocupações com o seu conteúdo real de álcool e a legalidade de suas vendas.
Esta bebida é vendida, principalmente, em lojas de propriedade de estrangeiros, levando a um debate generalizado e pedidos de regulamentação ou uma proibição completa.
O portal referiu que a Tembeya tem atraído consumidores devido à sua acessibilidade. Mas, apesar da sua popularidade, surgiram preocupações sobre o seu impacto na saúde pública, particularmente porque a percentagem de álcool não é divulgada em seus rótulos, levando ao seu marketing enganoso como um refrigerante não alcoólico.
O The Zimbabwe Advocate disse que, por esta via, o governo local e as autoridades de saúde intervieram, examinando a composição da bebida e seus efeitos sobre os consumidores.
A Polícia da República do Zimbabwe, juntamente com o Ministério da Saúde e Cuidados Infantis e o Conselho de Licenciamento de Licores, iniciaram investigações.
A controvérsia ganhou força quando um vídeo de uma mulher intoxicada, que consumiu Tembeya, se tornou viral nos media. Este incidente alimentou mais protestos da comunidade, com os moradores a expressar as suas preocupações sobre a segurança da bebida, particularmente, para jovens e mulheres.
Além do Zimbabwe, a regulamentação de bebidas com alegações de saúde ambíguas ou ingredientes não revelados não é incomum na África Austral. Por exemplo, em 2019, as autoridades da Zâmbia proibiram uma bebida energética depois que ela continha citrato de sildenafil, um medicamento de prescrição conhecido por tratar a disfunção erétil, que não estava listado na embalagem do produto.
Assim, o julgamento está programado para o próximo dia 13 de Março e será presidido pela magistrada de Harare Ruth Moyo.
Fonte: Jornal Noticias