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Tuesday, November 4, 2025
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Sanções Contra a Rússia Reforçam Lucros das Grandes Petrolíferas

Resumo

As principais petrolíferas ocidentais estão a registar lucros acima do esperado devido à guerra económica contra a Rússia e aos ataques ucranianos a instalações energéticas russas, que reduziram as exportações de combustíveis refinados. As ofensivas com drones diminuíram em 500 mil barris por dia as exportações marítimas de produtos refinados da Rússia, beneficiando empresas como Shell, ExxonMobil, Chevron e TotalEnergies. No terceiro trimestre, os lucros das operações de refinação subiram 61%, contribuindo para um aumento médio de 20% nos lucros consolidados do setor. A União Europeia reforçou as restrições aos combustíveis derivados de petróleo russo, com uma proibição total de importações a partir de 2026, conferindo vantagem competitiva às petrolíferas ocidentais. Os Estados Unidos impuseram sanções à Rosneft e à Lukoil, empresas russas de energia.

As principais petrolíferas ocidentais estão a registar lucros acima do esperado, impulsionadas pela escalada da guerra económica contra a Rússia e pelos ataques aéreos ucranianos contra instalações energéticas russas, que provocaram uma redução substancial nas exportações de combustíveis refinados.

Desde Julho, as ofensivas com drones contra refinarias e terminais de exportação da Rússia reduziram em cerca de 500 mil barris por dia as exportações marítimas de produtos refinados, que caíram para 2 milhões de barris diários em Setembro — o nível mais baixo em mais de cinco anos, segundo dados da Kpler.

A escassez de produto russo provocou um aumento expressivo das margens globais de refinação, beneficiando gigantes como a Shell, ExxonMobil, Chevron e TotalEnergies, que juntas representam mais de 10% da capacidade mundial de refinação (cerca de 11 milhões de barris/dia).

O resultado foi um salto combinado de 61% nos lucros das operações de refinação durante o terceiro trimestre, comparativamente ao trimestre anterior, contribuindo para uma subida média de 20% nos lucros consolidados do sector.

ExxonMobil e Shell Entre as Maiores Beneficiárias

A ExxonMobil, maior companhia petrolífera dos EUA, registou um aumento de 30% nos lucros da divisão de produtos energéticos, alcançando US$ 1,84 mil milhões no terceiro trimestre, impulsionada por margens de refinação “fortalecidas pelas interrupções no abastecimento”, segundo o relatório da empresa publicado a 31 de Outubro.

A Shell, maior comercializadora mundial de petróleo, reportou lucros ajustados de US$ 706 milhões na divisão de produtos químicos e energia — um aumento face ao trimestre anterior — atribuídos à força combinada das operações de comercialização e refinação.

Já a BP, que divulgará os resultados a 4 de Novembro, deverá seguir a mesma tendência. A sua margem indicadora de refinação subiu 33%, passando de US$ 11,9 para US$ 15,8 por barril no terceiro trimestre, permanecendo próxima dos US$ 15,1 nos primeiros dias de Outubro.

“As margens robustas estão a compensar a recente queda dos preços do crude, conferindo fôlego financeiro às grandes petrolíferas num momento de elevada volatilidade”, afirmou um analista citado pela Reuters.

Efeito das Sanções e das Proibições Europeias

A União Europeia reforçou, em Julho, as restrições sobre os combustíveis derivados de petróleo russo, anunciando uma proibição total de importações desses produtos a partir de Janeiro de 2026.
O novo pacote visa colmatar lacunas anteriores, que permitiam a países como Índia e Turquia refinar petróleo russo com desconto e revender os combustíveis à Europa.

A medida reposiciona as petrolíferas ocidentais numa posição de vantagem competitiva, já que o petróleo não russo e os produtos refinados com crude não sancionado passam a ter procura crescente e margens superiores.

Em simultâneo, os Estados Unidos anunciaram, a 22 de Outubro, sanções diretas à Rosneft e à Lukoil, duas das maiores empresas russas de energia, responsáveis por 5% da oferta mundial de crude e 3,3 milhões de barris/dia de exportações.
A decisão do Presidente Donald Trump provocou nova alta dos preços do petróleo e ampliou as margens de refinação, especialmente nos mercados da Índia e da Turquia, que procuram agora fontes alternativas de abastecimento.

Um Mercado Mais Resiliente, Mas Ainda Lucrativo

Apesar do endurecimento das sanções, analistas afastam a hipótese de uma repetição do choque de preços de 2022.
O mercado petrolífero global está melhor abastecido e mais adaptado às restrições, apoiado na expansão da chamada “frota paralela” de petroleiros, que tem permitido contornar as sanções e manter o fluxo de exportações russas.

Ainda assim, as restrições continuam a beneficiar estruturalmente as grandes petrolíferas ocidentais, que combinam produção a montante robusta com operações de refinação e comercialização altamente lucrativas.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>“Enquanto as sanções permanecerem e a oferta russa for limitada, as margens das refinarias ocidentais manter-se-ão confortavelmente elevadas”, sublinhou um analista da Energy Aspects.

Fonte: O Económico

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