Santa Clara-Casa Pia, 2-1 (crónica)

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*Por Nuno Martins Neves

Um dia após o seu aniversário, o Santa Clara regressou aos triunfos no campeonato, após três jogos sem ganhar. Em casa, onde não ganhava também há três jogos, os insulares consentiram o primeiro golo ao Casa Pia, mas 12 diabólicos minutos no arranque da segunda parte foram suficientes para deixar os três pontos em São Miguel. No duelo entre as equipas revelação da Liga – e que lutam pelo quinto posto – a sorte sorriu a quem mais a perseguiu.

Primeira parte de sentido único – a baliza do Casa Pia – com o Santa Clara a criar oportunidades mais que suficientes para adiantar-se no marcador. Mas por muitas vezes que a equipa de Vasco Matos chegasse ao último terço – e foi uma mão-cheia! -, a pólvora estava seca. 

Perante o bloco baixo dos casapianos, os açorianos contrapuseram com paciência e rotação de bola, procurando abrir brechas na retaguarda visitante. Lucas Soares, aos 6 minutos, “ameaçou” com um cruzamento venenoso que Sequeira respondeu positivamente.

O guardião dos «gansos» ficou a ver Gabriel Silva, aos 16m, disparar às redes laterais, mas aos 29m esteve atento à «bomba» de meia distância de Adriano, encaixando com segurança.

Apesar de, às vezes, pouco intenso, só ia dando Santa Clara, com a equipa insular a variar o seu jogo pelos corredores laterais. Do outro lado, o Casa Pia raramente cruzava o meio-campo com perigo. 

Vinicius, aos 42m, teve o golo na cabeça, mas a mira não estava calibrada, acabando por atirar ao lado o cruzamento perigoso de Diogo Calila, que esta tarde surgiu a jogar na lateral canhota.

Quando o intervalo se aproximava rapidamente, golpe de teatro: contra-ataque rapidíssimo do Casa Pia, com Livolant a conduzir pelo meio antes de abrir na esquerda em Nuno Moreira, que à, saída de Gabriel Batista, atira rasteiro a contar.

Se o empate já era penalizador para a formação de Vasco Matos, a desvantagem sabia a injustiça.

RELEMBRE O FILME DO JOGO

O golo teve o condão de espicaçar a turma açoriana. No espaço de 12 minutos, o Santa Clara deu a volta ao marcador, graças a uma entrada a todo o gás. MT, após canto de Klismahn, e Serginho, em recarga a um remate de Gabriel Silva, apontaram os golos que colocaram a equipa da casa na dianteira do marcador.

Foi um Santa Clara mais incisivo no último terço, beneficiando claramente da entrada de Ricardinho. O criativo português substitui Klismahn e deu vida e rasgo ao ataque açoriano.

A bola estava agora do lado do Casa Pia, obrigado a ir atrás do resultado, pela primeira vez no desafio. Mas o primeiro sinal de inconformismo dos «gansos» demorou a surgir, aparecendo apenas no quarto de hora final.

Apesar da maior posse de bola e presença no último terço, o Casa Pia apresentou dificuldades em criar perigo junto da baliza de Gabriel Batista. 

Os últimos 20 minutos foram vividos mais à base de quezílias e algum nervosismo em ambos os bancos, com o Santa Clara a dispor da única oportunidade de perigo, por intermédio de Ricardinho, num chapéu que saiu ao lado, depois de Sequeira ter escorregado no relvado.

Após o apito final, os ânimos exaltados levaram a alguns «bate-bocas» entre os atletas das duas equipas.

O golo do empate foi o momento do encontro. Marcado no reatar da segunda parte, foi importante para o Santa Clara não permitir ao Casa Pia sentir-se confortável com a vantagem conquistada em cima do intervalo e deu o mote para a reviravolta.

Marcou o golo da vitória – e a forma como celebrou deu para ver que era algo há muito procurado – e foi o catalisador do meio-campo, sempre empenhado em encontrar a melhor linha de passe para criar perigo. Recuperou o lugar após o castigo disciplinar de Pedro Ferreira e, com exibições destas, arrisca-se a ganhar a vaga no meio-campo.

Três jogos em casa sem ganhar, três jornadas consecutivas sem saber o que é vencer, o Santa Clara não estava «pressionado» a ganhar, mas sentiu-se que o jogo de hoje tinha de acabar com os três pontos em casa. E a atitude demonstrada em campo, mesmo depois de sofrer um golo contracorrente, revela a raça dos bravos açorianos.

Choveu torrencialmente na manhã do jogo e isso ajuda a compreender a forma como o relvado ficou maltratado com poucos minutos de jogo. No entanto, foi um entrave ao futebol praticado, mais não seja pelas constantes quedas de jogadores, algumas que podiam ter tido desfecho menos feliz.

Fonte: Mais Futebol

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