Na sessão desta quinta-feira, Pedersen indicou que o cessar-fogo acordado em 19 de julho em Suweida foi severamente testado. Ele alertou que a violência pode reiniciar a qualquer momento na área marcada por infrações durante a trégua.
Construir confiança
O representante argumentou que sem medidas mais concretas e vinculativas, especialmente para construir confiança, o cessar-fogo segue frágil e uma trégua temporária, em vez da base para uma estabilidade.
O mediador receia que o mês de relativa “calma militar” possa mascarar as variações do clima político, marcado pelo apoio da retórica da violência.
Sobre preparativos em andamento para as eleições para a Assembleia Popular Provisória, Pedersen enfatizou que os sírios devem compreender que a transição não é uma sucessão de acordos ad hoc e instituições isoladas.
Princípios da resolução 2254
Para ele, o “caminho claro e abrangente” deve ter como base a inclusão e a transparência, para se implementar os princípios da resolução 2254 vista como um roteiro para a paz na Síria. O propósito é gerar uma nova Constituição por consenso popular e levar a eleições livres e justas no país.
O apelo feito às autoridades interinas da Síria é para que respondam à gravidade do desafio com uma visão clara do rumo a seguir, tomando medidas ousadas e fazendo as adaptações necessárias.
Pedersen acredita num caminho para uma Síria soberana, pacífica e inclusiva que “exigirá a coragem do compromisso, a disciplina do respeito ao Estado de Direito”.
Ele citou ainda presidente interino sírio, Ahmed al-Sharaa, afirmando que a unidade não se constrói pela força e pelo sangue, mas pela compreensão e pelo diálogo.
Auxílio de Emergência
O coordenador de Auxílio de Emergência disse que a equipe humanitária será reduzida em 40% devido a cortes de fundos. Tom Fletcher indicou que mais de 185 mil pessoas foram deslocadas em Suweida, Daraa, na província rural de Damasco e em outros lugares.
Em algumas áreas, o número de pessoas que que pedem abrigo excede ao da população habitante e os serviços nesses locais estão sobrecarregados.
Fonte: ONU
