Resumo
O Governo da província de Sofala lançou um projeto para construir uma nova fábrica de cimento em Muxúngue, prevendo a criação de cerca de 500 empregos diretos e indiretos a partir de 2027. Este projeto, liderado pelo Governador Lourenço Bulha, representa um investimento chinês de 280 milhões de dólares e será a quarta unidade cimenteira na região. A fábrica visa impulsionar a economia local, sendo considerada estratégica para projetos de infraestruturas públicas e privadas. As autoridades provinciais acreditam que a fábrica trará benefícios económicos significativos, incluindo a criação de empregos, o estímulo de cadeias de fornecimento locais e o aumento da arrecadação fiscal do Estado. Este investimento está alinhado com a estratégia de industrialização e desenvolvimento económico da região.
O Governo da província de Sofala lançou, esta terça-feira, 30 de Dezembro, no Posto Administrativo de Muxúngue, distrito de Chibabava, o projecto de construção de uma nova fábrica de cimento, a quarta a ser instalada na província. A iniciativa, liderada pelo Governador de Sofala, Lourenço Bulha, insere-se na estratégia de promoção do investimento industrial e de dinamização da economia local, com entrada em funcionamento prevista para 2027, num sector que continua a enfrentar desafios estruturais ao nível da competitividade e do preço final do produto.
Investimento Chinês De Grande Escala Para Reforçar Capacidade Industrial
De acordo com a informação avançada durante o lançamento simbólico do projecto, a futura unidade industrial resulta de um investimento chinês avaliado em cerca de 280 milhões de dólares norte-americanos, devendo gerar aproximadamente 500 postos de trabalho, entre empregos directos e indirectos.
O empreendimento passa a ser a quarta unidade cimenteira da província de Sofala, reforçando a capacidade produtiva regional num sector considerado estratégico para a execução de projectos de infra-estruturas públicas e privadas.
Emprego, Receitas E Impacto Económico Local
Segundo as autoridades provinciais, a fábrica poderá gerar benefícios económicos relevantes, tanto ao nível da criação de emprego como da dinamização de cadeias de fornecimento locais — transporte, extracção de matérias-primas e serviços associados — além de contribuir para o reforço da arrecadação fiscal do Estado.
O Governo provincial enquadra o investimento na sua agenda de industrialização e de promoção do desenvolvimento económico local, apontando a indústria cimenteira como um dos pilares de suporte ao crescimento do sector da construção civil.
Antecedentes: Um Projecto Marcado Por Entraves Ambientais E Sociais
O relançamento agora anunciado ocorre após um histórico de entraves legais e ambientais associados a iniciativas anteriores para a instalação de uma fábrica de cimento em Chibabava. Em 2025, um projecto promovido por investidores chineses foi paralisado pelas autoridades ambientais, após o início de trabalhos de preparação do terreno sem licença ambiental válida, situação que resultou na aplicação de multas e na exigência de reposição da legalidade.
As autoridades sublinharam, na ocasião, a inexistência de um Estudo de Impacto Ambiental aprovado e falhas no processo de consulta comunitária, factores que geraram contestação local e obrigaram à suspensão das actividades.
Consultas Comunitárias E Estudos Ambientais Como Condição Essencial
No lançamento realizado em Muxúngue, o Governador de Sofala apelou à celeridade dos processos administrativos, defendendo, contudo, que o avanço do projecto deve obedecer rigorosamente à legislação ambiental e social.
O investimento encontra-se actualmente em fase de consultas comunitárias e estudos de impacto ambiental, considerados decisivos para assegurar a viabilidade social, ambiental e económica da iniciativa, bem como a compensação justa das comunidades afectadas.
Indústria Cimenteira Cresce, Mas Preço Continua Elevado
Apesar da expansão gradual da capacidade instalada da indústria cimenteira em Moçambique, com a entrada em funcionamento de novas unidades fabris em várias regiões do País, o preço do cimento continua a chegar ao consumidor final a níveis considerados elevados e, em muitos casos, incomportáveis para famílias e pequenos construtores.
Este desfasamento entre o aumento da oferta produtiva e a evolução dos preços levanta questões estruturais de competitividade, relacionadas com custos de produção, logística, energia, transporte, estrutura de mercado e, em alguns casos, com práticas comerciais que limitam a efectiva transmissão dos ganhos de escala ao consumidor final.
Competitividade E Regulação Como Desafios Do Sector
Analistas do sector defendem que, para que investimentos como o de Chibabava tenham um impacto económico e social mais profundo, é necessário que as autoridades do sector acompanhem de perto a evolução do mercado cimenteiro, promovendo maior concorrência, eficiência logística e transparência na formação de preços.
A persistência de preços elevados reduz o efeito multiplicador da indústria cimenteira sobre a economia, limita o acesso à habitação, encarece projectos de infra-estruturas e condiciona o dinamismo do sector da construção civil, tornando premente uma intervenção regulatória e estratégica mais consistente.
Chibabava Como Oportunidade E Teste À Política Industrial
Neste contexto, o projecto da fábrica de cimento de Chibabava representa simultaneamente uma oportunidade de reforço da base industrial de Sofala e um teste à capacidade das políticas públicas de transformar investimento industrial em benefícios concretos para a economia e para os consumidores.
O desafio central passa por assegurar que a expansão da indústria cimenteira se traduza não apenas em mais unidades produtivas, mas também em preços mais acessíveis, maior competitividade e impacto social efectivo, factores determinantes para o sucesso sustentável do sector.
Fonte: O Económico






