Taça: Casa Pia-Rio Ave, 1-3 (crónica)

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Mais maduro em campo, o Rio Ave aproveitou aquilo que o jogo lhe deu, soube sofrer nos momentos mais complicados e carimbou o passaporte para os quartos de final da Taça de Portugal, deixando pelo caminho um Casa Pia abnegado e corajoso, mas que pagou caro uma entrada em falso no encontro.

Os dois treinadores tiveram abordagens diametralmente opostas ao encontro. Se João Pereira operou uma autêntica revolução no onze do Casa Pia, ao trocar oito jogadores, Petit só mexeu uma peça, lançando Ole Pohlmann no lugar de Demir Tiknaz, tendo como ponto de comparação a última jornada da I Liga.

Tendo isso em consideração, o 0-2 que se verificava ao quarto de hora inicial talvez não surpreendesse, mas o jogo não era tão linear como o resultado pudesse induzir. O Rio Ave limitou-se a aproveitar a passividade do setor mais recuado dos «gansos» e uma perda de bola comprometedora que nasceu de um mau passe de Miguel Sousa em zona proibida, mas do outro lado do campo sofria com as investidas à baliza defendida por Miszta.

O polaco teve de se aplicar num par de ocasiões, viu uma bola embater no poste da sua baliza, num canto batido por André Geraldes, e foi contando com a preciosa ajuda dos companheiros de equipa para ir mantendo as suas redes invioladas.

Quase sempre pelo lado esquerdo, onde Benaissa deu nas vistas nas ações ofensivas, o Casa Pia porfiou até, finalmente, marcar, num dos vários contra-ataques que conseguiu lançar com perigo durante a primeira parte. Pouco depois de Beni ter deixado um primeiro aviso, Henrique Pereira, lançado por Miguel Sousa, correu meio campo com a bola controlada e rematou para o 1-2, reabrindo a discussão da eliminatória.

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A segunda parte não teve o ritmo da primeira, também porque o Rio Ave conseguiu levar o jogo para onde queria. O Casa Pia tentava como podia encontrar espaços na defesa contrária, mas eles raramente surgiram, fosse pela boa organização vila-condense ou pela incapacidade dos «gansos» em meterem o último passe.

Com mais espaço para explorar, o Rio Ave quase fez o terceiro aos 61 minutos, quando Martim Neto obrigou Ricardo Batista à defesa da tarde. O golo da tranquilidade surgiu 20 minutos depois, num lance construído entre dois jogadores que saltaram do banco, João Graça e Tiago Morais, que o avançado cedido pelo Lille definiu com classe.

Apesar de a sua situação se complicar bastante, o Casa Pia nunca baixou os braços e quase reduziu, na compensação, num livre direto de Svensson que Miszta parou com dificuldades.

O Rio Ave apura-se para os quartos de final da Taça de Portugal, onde vai defrontar o São João de Ver, equipa que compete na Liga 3.

Figura: Clayton

A fazer uma época positiva, o avançado do Rio Ave confirmou os seus atributos em Rio Maior. Impôs o físico, nunca se coibiu de ir à luta pelas bolas que surgiam no seu raio de ação e fez o golo da praxe. Uma exibição eficiente.

Momento: minuto 81, o golo da tranquilidade para o Rio Ave

O Casa Pia não dava mostras de querer «atirar a toalha ao chão» e o Rio Ave até parecia mais interessado em acalmar o jogo do que propriamente em tentar ampliar a vantagem, mas a capacidade técnica de João Graça abriu espaço à desmarcação de Tiago Morais, que definiu o lance com classe. Ficou tudo resolvido ali.

Positivo: A par de Clayton, Richards também deu nas vistas, no Rio Ave, pela forma como se entregou ao jogo. O lateral esquerdo evitou alguns remates perigosos com intervenções decisivas. O Casa Pia também merece uma menção neste espaço pela forma como respondeu aos dois golos sofridos prematuramente.

Negativo: A passividade no lance do primeiro golo e uma perda de bola comprometedora no do segundo colocaram o Casa Pia numa posição delicada, que não conseguiu reverter, pese embora a boa reação que teve.

Fonte: Mais Futebol

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