Tarifas Norte-Americanas Criam Cenário de Incerteza e Ameaçam Mercado de Títulos Africanos

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Uma nova onda de tarifas impostas pelos Estados Unidos, está a criar um cenário de incerteza económica em África, ameaçando o acesso dos países africanos aos mercados globais de dívida e colocando em dúvida o futuro da Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA).

Tarifas Atingem Sectores Cruciais

 Países africanos como África do Sul, Lesotho e Madagascar são os mais afectados pela recente política tarifária norte-americana. A África do Sul enfrenta sobretaxas de até 25% sobre veículos e peças automóveis, impactando um sector que representa mais de 2 mil milhões de dólares anuais em exportações. Já o Lesotho sofre duramente com tarifas de 50% sobre os têxteis, colocando em risco milhares de empregos e uma parcela significativa do PIB do País.

Mercado de Títulos sob Pressão

A turbulência comercial também se reflecte no mercado financeiro. Segundo Aurélie Martin, economista da Ninety One, as dificuldades para países africanos emitirem novos eurobonds têm aumentado devido aos spreads mais elevados nas taxas de juros. Países exportadores de petróleo, como Angola, Nigéria e Gabão, enfrentam desafios ainda maiores devido à queda simultânea dos preços das commodities, reduzindo receitas fiscais num momento crítico.

AGOA sob Ameaça

 A AGOA, um acordo vital para exportações africanas aos EUA, expira em Setembro de 2025 e seu futuro está cada vez mais incerto diante das recentes tarifas impostas pelos EUA. Essa situação já está a forçar muitos países africanos a reconsiderarem suas estratégias comerciais e diplomáticas.

Busca por Alternativas

Em resposta à crise, especialistas sugerem uma maior aposta no comércio intra-africano através do Acordo de Livre Comércio Continental Africano (AfCFTA), um  acordo considerado ser capaz de permitir a redução da dependência externa e criar um ambiente mais resiliente às flutuações internacionais.

Diante das tensões comerciais e financeiras internacionais, a diversificação económica e o reforço dos mercados regionais são apontados como medidas essenciais para garantir a estabilidade económica de África, afastando a ameaça de isolamento financeiro e garantindo um crescimento económico sustentável.

Fonte: O Económico

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