Por: Gelva Aníbal
O nome Tempo carrega mais do que a passagem das horas, evoca memórias, desperta reflexões e resgata uma parte significativa da história do jornalismo moçambicano. Para muitos, a revista Tempo não foi apenas um meio de informação, foi uma escola de pensamento, uma companhia de crescimento, um espelho do país e um testemunho cultural de várias gerações.
É esse legado que começou a ser resgatado na nova rubrica “Quintas com Tempo”, um espaço de reencontro com a essência da revista através de testemunhos de leitores, jornalistas, académicos e cidadãos que, de diferentes formas, se cruzaram com a marca. Cada convidado partilha uma perspectiva própria, revelando que, apesar das gerações e contextos distintos, a Tempo permanece viva na memória colectiva.
As primeiras contribuições recolhidas nesta rubrica demonstram que a Tempo permanece viva como símbolo de identidade, cultura e responsabilidade jornalística. Para alguns moçambicanos, a revista representou uma escola de pensamento crítico e um marco na produção de conteúdos informativos com profundidade, rigor e credibilidade. É frequentemente lembrada pela qualidade das suas reportagens e pela coragem editorial com que abordou temas determinantes da história do país.
Entre os participantes desta iniciativa, Valdir Jetha acrescenta que a revista é uma marca icónica pela sua capacidade de atravessar gerações, ligando passado, presente e futuro. Reconhece a importância da adaptação digital, mas lembra que o papel tem valor emocional e cultural: “Há memórias que só existem porque foram impressas.”
Também para Bruno Chicalia, a Tempo é património histórico e símbolo de identidade nacional. Na sua visão, é possível reinventar o formato impresso sem perder a essência: “A inovação deve caminhar com o rigor jornalístico que sempre caracterizou a Tempo.”
Apesar das mudanças no consumo de informação e do crescimento do meio digital, prevalece a percepção de que continua a existir espaço para conteúdos editoriais de qualidade, independentemente do formato. Os participantes consideram que a actual era, marcada pela velocidade e pela desinformação, reforça a necessidade de um jornalismo sério, contextualizado e comprometido com a verdade, características que sempre distinguiram a Tempo.
A revitalização do projecto reafirma, assim, o compromisso de recuperar a essência da marca, preservando o seu papel histórico, ao mesmo tempo que acompanha os desafios contemporâneos. A estratégia passa por unir tradição e inovação, conciliando o formato físico com novas dinâmicas digitais, sem perder identidade editorial.
Com as iniciativas “Quintas com Tempo”, a revista reafirma igualmente a sua ligação aos leitores e estabelece uma ponte entre passado, presente e futuro, reforçando o seu propósito: continuar a informar com profundidade, memória e responsabilidade.








