Com essas declarações, o alto comissário para Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, repudiou o anúncio de que o Governo de Israel planeja realizar a ação militar em Gaza.
Dois Estados vivendo em paz
Para Turk, a medida – se executada – contraria a decisão da Corte Internacional de Justiça de que Israel deve concretizar a solução acordada de dois Estados, um palestino e um israelense, vivendo lado a lado pacificamente.

O alto comissário da ONU acredita que a nova escalada irá criar deslocamentos forçados em massa, mais mortes, mais sofrimento, destruição sem sentido e crimes atrozes.
Em nota separada, o secretário-geral da ONU, António Guterres, se disse “gravemente alarmado” com a decisão de Israel de controlar a Faixa de Gaza. Segundo Guterres, essa é uma “escalada perigosa” que coloca risco a vida de mais pessoas incluindo a dos reféns israelenses.
Guterres voltou a pedir um cessar-fogo para o conflito e o respeito às leis internacionais. Para ele, Gaza deve seguir sendo uma parte integral do Estado Palestino, que precisa ser criado para viver lado a lado com Israel, de forma pacífica.
Já o chefe de Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou que, em vez de intensificar a guerra, Israel deveria concentrar todos os seus esforços em salvar as vidas dos civis de Gaza, permitindo o fluxo total e irrestrito de ajuda humanitária.
Grupos armados palestinos
Turk reiterou que todos os reféns israelenses em cativeiro desde 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, devem ser libertados imediatamente e sem quaisquer condições impostas pelos grupos armados palestinos.
E para Turk, os palestinos detidos arbitrariamente por Israel também devem ser libertados imediatamente e incondicionalmente.
Desde que a guerra eclodiu em Gaza após os ataques terroristas do Hamas, agências humanitárias têm alertado repetidamente que os bombardeios israelenses, as ordens de evacuação em massa e as restrições à ajuda criaram uma catástrofe humanitária.
Pausas militares e saúde
Mesmo funcionários da ONU em Gaza relatam não conseguir encontrar o suficiente para comer, de acordo com a Agência da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa.
Apesar do anúncio de Israel, em 27 de julho, de pausas militares diárias no oeste de Gaza “para melhorar as respostas humanitárias”, muito pouca ajuda está chegando, segundo os trabalhadores humanitários.
Na área da saúde, outra crise grave. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus afirmou que no mês passado, quase 12 mil crianças, abaixo de cinco anos, foram diagnosticas com desnutrição aguda, o maior número mensal já registrado.
Na quinta-feira, o chefe da OMS afirmou que, até o momento neste ano, 99 pessoas morreram de desnutrição, incluindo 29 crianças menores de cinco anos, acrescentando que esses números relatados pro
Fonte: ONU