Resumo
A TotalEnergies esclareceu que o projeto Mozambique LNG mantém 90% do financiamento garantido, apesar da saída das agências UKEF e Atradius. Os parceiros decidiram reforçar o capital para substituir os montantes previstos por estas instituições, assegurando a viabilidade económica do projeto. Cerca de 30 financiadores já reafirmaram 90% do financiamento externo, após a saída das agências britânica e holandesa. Os parceiros do consórcio concordaram em cobrir cerca de 10% do financiamento inicialmente atribuído às agências europeias. Esta decisão foi tomada após a não participação das entidades do Reino Unido e dos Países Baixos no financiamento revisto.
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p style="margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial">A petrolífera francesa esclarece que o projecto segue com 90% do financiamento garantido e com reforço de capital dos parceiros, após a saída das agências UKEF e Atradius.
A TotalEnergies clarificou publicamente que o projecto Mozambique LNG mantém a sua estrutura financeira sólida, garantindo que cerca de 90% do financiamento externo permanece confirmado, apesar da saída das agências de crédito à exportação do Reino Unido (UKEF) e dos Países Baixos (Atradius). A empresa assegura que os parceiros decidiram avançar com capital adicional para substituir os montantes inicialmente previstos por estas instituições, reafirmando a viabilidade económica e a continuidade operacional do maior projecto energético de Moçambique.
Financiamento Reestruturado, Mas Solidez Mantida
Segundo o comunicado oficial, emitido em Paris no dia 2 de Dezembro, a TotalEnergies afirmou que o consórcio decidiu avançar “sem a participação da UKEF e da Atradius, dado que estas duas agências ainda não tinham reconfirmado o seu compromisso”.
Apesar disso, o grupo assegura que aproximadamente 90% do financiamento externo já foi reafirmado pelas restantes instituições — cerca de 30 financiadores, incluindo bancos comerciais e outras agências de crédito à exportação envolvidas desde 2020, quando foi concluído o financiamento original de 15,4 mil milhões de dólares.
O comunicado revela igualmente que os parceiros do consórcio unanimemente acordaram reforçar o capital próprio, cobrindo ao todo cerca de 10% do financiamento externo inicialmente atribuível às duas agências europeias.
Novo Calendário Alinhado Com O Pós-Força Maior
A clarificação surge após declarações de autoridades do Reino Unido e dos Países Baixos sobre a não participação das suas entidades no financiamento revisto.
A TotalEnergies explica que, perante a existência de um novo calendário actualizado para a retoma das obras, tornou-se necessário renegociar a estrutura contratual com todos os financiadores após o levantamento da Força Maior, anunciado oficialmente em 2024.
A empresa sublinha que o processo de negociação foi concluído com os financiadores que reconfirmaram a sua posição, permitindo ao projecto regressar plenamente à fase de implementação.
Relatórios Holandeses Contestados Pela Empresa
A TotalEnergies reage ainda à divulgação de dois relatórios externos — do Clingendael Institute e da Pangea Risk — encomendados pelo Ministério das Finanças dos Países Baixos sobre a situação de direitos humanos e segurança em Cabo Delgado.
Apesar de a Atradius já não integrar o financiamento do projecto, o Governo neerlandês publicou os relatórios, o que levou a empresa a declarar que ambos os consultores não viajaram para Moçambique nem conduziram trabalho de campo, baseando-se sobretudo em informações de terceiros.
A petrolífera reiterou também as explicações dadas no comunicado de 20 de Novembro sobre alegações de abusos de direitos humanos por membros das Forças de Defesa moçambicanas, remetendo os interessados para um portal específico que disponibiliza informação adicional.
Contexto Geoeconómico: Importância Estratégica Do Projecto
O projecto Mozambique LNG, liderado pela TotalEnergies, é um dos maiores investimentos privados alguma vez realizados em África e constitui um pilar essencial da estratégia económica moçambicana. A execução deste empreendimento tem impacto directo na estabilidade macroeconómica, no perfil das exportações nacionais, na atracção e mobilização de investimento privado e público, na confiança dos mercados financeiros internacionais e na consolidação da indústria nacional de gás natural.
Com a saída das duas agências europeias e o reforço do capital próprio pelos parceiros, o consórcio sinaliza ao mercado que permanece firmemente comprometido com a retoma plena do projecto e que o ambiente financeiro continua favorável à sua execução.
A clarificação da TotalEnergies encerra semanas de especulação sobre o financiamento do Mozambique LNG, sublinhando que o projecto mantém solidez financeira, alinhamento estratégico e apoio dos principais financiadores internacionais — reforçando o seu papel central na economia moçambicana e no futuro energético da região.
Fonte: O Económico






