Além de dois trabalhadores supostamente soterrados e arrastados pela água, o grupo denunciou, esta quarta-feira a existência de jornadas exaustivas, sem descanso, num contexto de alto risco e sem devida compensação, incluindo maus-tratos no projecto de exploração das areias no distrito de Chibuto, na província de Gaza.
“Mortes descontroladas. A empresa não conseguiu tirar aquela bomba, enquanto há três meses atrás morreu um chinês que foi puxado pela água.O outro moçambicano, acho que a areia que estava compactada ali caiu sobre ele e não sobreviveu”, denunciou um trabalhador.
Secundado por outro que diz que ” um colega nosso, foi enterrado no subterrâneo, então quando nós perguntamos para a RH, disseram que ele foi encontrado, mas no terceiro dia”, lamentou.
Dentre as denúncias avançadas, estão o transporte precário para os trabalhadores, falta de alimentação, bem como de material de segurança, facto que, segundo os queixosos, propicia o aumento de acidentes de trabalho. E sendo que nestes casos, a empresa nega de assumir as responsabilidades “, acrescentam.
“Enfrentamos muita coisa, como uma mina com as máquinas pesadas que estão. Há falta de muita coisa. O conceito de trabalho da Dingsheng não beneficia nenhum moçambicano, nós estamos a sofrer, estamos a comer mal, não temos alimentação, não temos maneira de trabalhar, e sem equipamento, sem nada”.
Diante da alegada violação dos seus direitos, os trabalhadores exigem medidas das autoridades do governo.
” Apresentamos o assunto ao governo, mas ainda não houve o resultado, porque não há entendimento.
A Delegação de Inspeção de Trabalho na província de Gaza prometeu reagir esta quinta-feira aos alegados maus-tratos no projeto de exploração de áreas pesadas de Chibuto, que emprega atualmente mais de 600 trabalhadores.
Fonte: O País