Trocas comerciais entre Moçambique e Reino Unido disparam mais de 115% apesar de tensões políticas

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As trocas comerciais entre Moçambique e o Reino Unido cresceram mais de 115% entre 2023 e 2024, enquanto o volume de investimentos britânicos no país registou um aumento superior a 30% na última década. A informação foi avançada pela Alta-Comissária do Reino Unido em Moçambique, Helen Lewis, durante uma audiência com o Presidente da República, Daniel Chapo, realizada no dia 1 de Abril, em Maputo.

Apesar do crescimento, Helen Lewis alertou para os impactos da violência pós-eleitoral na confiança dos investidores britânicos. “Temos uma parceria muito forte, mas, claramente, tivemos o choque da violência pós-eleitoral, e falámos muito sobre como recuperar a confiança das empresas do Reino Unido”, afirmou a diplomata.

As manifestações registadas nos últimos seis meses, na sequência das eleições de Outubro, afectaram o funcionamento das instituições e resultaram em actos de vandalismo e saque de bens públicos e privados. Em resposta, líderes dos principais partidos políticos assinaram, no início de Março, um compromisso para o diálogo nacional inclusivo.

Durante o encontro, o Presidente Chapo e a Alta-Comissária discutiram a importância de garantir estabilidade política, promover reformas económicas e assegurar um crescimento inclusivo. Helen Lewis reiterou a disponibilidade do Reino Unido para apoiar Moçambique nestes esforços. “Estamos prontos para apoiar na área do diálogo inclusivo e das reformas económicas”, declarou.

Entre 2013 e 2023, Moçambique aprovou 102 projectos de investimento provenientes do Reino Unido, avaliados em cerca de 713 milhões de dólares. O país é considerado prioritário na Iniciativa Britânica de Parcerias de Investimento, que visa fomentar infra-estruturas resilientes e a transição energética.

Segundo a diplomata, as empresas britânicas já aplicaram mais de mil milhões de libras em sectores estratégicos para a transição energética, com destaque para a instalação de pequenos sistemas solares em zonas remotas. “Estamos a trabalhar na transição energética de Moçambique, com o objectivo de melhorar a qualidade de vida das populações e impulsionar a economia”, referiu Lewis.

O encontro reafirmou o compromisso mútuo em aprofundar os laços económicos, promover investimentos sustentáveis e garantir que o desenvolvimento beneficie todas as regiões do país, numa visão conjunta por um futuro mais próspero e equitativo.

Fonte: O Económico

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