Resumo
Moçambique foi retirado da "lista cinzenta" do GAFI e a União Europeia vai remover o país da sua lista de nações de alto risco, reconhecendo os esforços de Moçambique no combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. Após três anos de reformas profundas, Moçambique foi elogiado pela UE pelo compromisso em melhorar o seu sistema financeiro, sendo considerado um exemplo na região. O país recebeu apoio da UE em várias áreas, incluindo formação e fortalecimento institucional. A decisão do GAFI, aprovada por unanimidade em Paris, destaca a importância de continuar a aperfeiçoar o mapeamento de risco e as reformas implementadas.
Decisão segue a saída da “lista cinzenta” do GAFI e reconhece o empenho de Moçambique no reforço do seu quadro de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
A União Europeia anunciou que também vai remover Moçambique da sua lista de países terceiros de alto risco, após o país ter sido formalmente retirado da “lista cinzenta” do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), na sequência de três anos de reformas profundas e progressos reconhecidos internacionalmente.
Decisão Europeia Reforça a Credibilidade Financeira de Moçambique
Num comunicado divulgado esta quarta-feira, a Delegação da União Europeia em Moçambique confirmou que, após o anúncio do GAFI, não existem “requisitos adicionais” para a retirada do país da lista europeia.
“Assim que as etapas processuais necessárias da UE forem concluídas, Moçambique também será removido da lista da União Europeia”, refere a nota oficial enviada à Agência Lusa.
O reconhecimento europeu vem consolidar o estatuto de conformidade e credibilidade financeira alcançado por Moçambique junto das principais instituições internacionais.
A plenária do GAFI, realizada em Paris, a 24 de Outubro, aprovou por unanimidade a saída do país da lista, três anos após a sua inclusão. A decisão foi confirmada pelo coordenador nacional do processo, Luís Abel Cezerilo, que destacou a importância de continuar o trabalho de aperfeiçoamento do mapeamento de risco e de sustentação das reformas implementadas.
Reformas e Cooperação: Um Compromisso que Superou Expectativas
A União Europeia felicitou o Governo de Moçambique pelos esforços significativos realizados para responder aos pontos do plano de acção acordado com o GAFI, reconhecendo o empenho das instituições nacionais e da sociedade civil.
“Os esforços de Moçambique comprovam o forte empenho do país em ir além do seu plano de acção do GAFI e continuar a melhorar o seu sistema, servindo de exemplo na região”, afirmou o embaixador da União Europeia em Moçambique, Antonino Maggiore.
A UE elogiou também a actuação coordenada das instituições moçambicanas, destacando o papel das autoridades financeiras, judiciais e de investigação criminal no fortalecimento do quadro institucional e na promoção da transparência.
Apoio Europeu: Da Assistência Técnica à Consolidação Institucional
A União Europeia recorda que apoiou os esforços de Moçambique através de programas globais, regionais e bilaterais, incluindo um projecto implementado pelo Gabinete das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e financiado pelos instrumentos de Política Externa (FPI).
Esse apoio concentrou-se no reforço do quadro nacional de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, abrangendo diversas frentes: desde a melhoria das estatísticas e da identificação dos beneficiários efectivos, à regulação dos sectores imobiliário e dos jogos de fortuna e azar, passando pela formação de juízes, procuradores e investigadores, e pelo fortalecimento da supervisão financeira e institucional.
“A União Europeia continuará empenhada em apoiar os progressos contínuos de Moçambique na promoção da transparência, da responsabilização e da integridade do seu sistema financeiro”, conclui o comunicado.
Impactos Económicos e Projeção Internacional
Com a decisão do GAFI e o subsequente reconhecimento europeu, Moçambique reforça a sua credibilidade internacional e amplia a margem de confiança junto dos parceiros multilaterais e dos mercados financeiros.
A expectativa é de que, após concluídas as formalidades processuais, a remoção de Moçambique da lista europeia ocorra ainda durante o primeiro semestre de 2026, abrindo caminho para melhor acesso a financiamento externo, maior atracção de investimento directo estrangeiro e redução dos custos de transacção internacional.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Este desfecho consolida Moçambique como um caso de sucesso regional na implementação de reformas financeiras estruturais, com impacto directo na reputação do país no sistema económico global.
Fonte: O Económico






